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Mar 31, 2021 - 3 minute read

“Madeira não compra prémios”, mas os eventos pagam-se

A Madeira não compra, nem nunca comprou prémios". A garantia é de Eduardo Jesus. O secretário regional do Turismo reage assim à polémica instalada à volta dos ‘Travel Awards’ que levou recentemente à demissão do presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). Sobre as acusações de Elidérico Viegas que garantiu à imprensa nacional que os prémios arrecadados por Portugal são comprados, o tutelar da pasta do Turismo não quis tecer comentários, limitando-se a dizer que na Madeira “não funciona assim”.

“Naturalmente que não vou comentar a circunstância e o local que originou essa polémica porque não conheço esses casos, mas o que posso garantir é que a Madeira não compra prémios, nunca comprou prémios, nem está interessada em comprar prémios. Aliás, seria um enorme contrassenso no que diz respeito à credibilidade do destino", vincou Eduardo Jesus, em declarações proferidas à margem de uma cerimónia de entrega do certificado ‘Madeira Safe to Discover’ ao Hotel Quinta Alegre, no Estreito da Calheta.

Numa altura em que a Madeira acaba de ser nomeada para a 28.ª edição dos ‘World Travel Awards’, a polémica sobre os prémios semeia a dúvida sobre a sua legitimidade, uma situação que Eduardo Jesus considera ser amplamente injusta para o destino e todos os que o trabalham.

Quanto aos 80 mil euros pagos pela Madeira para ter a cerimónia final do World Travel Awards em 2019, o secretário regional do Turismo explica “para fazer um evento paga-se, como se paga, por exemplo, para trazer um campeonato”.

A estas verbas estão associados serviços de logística, entre outros, adstritos aos eventos, conforme foi possível constatar na contratação da base.gov. Em 2019, a Associação de Promoção da Madeira (APM) contratou 15.318,00 euros em serviços de alojamento e 21.407,00 euros no aluguer do equipamento audiovisual no âmbito da edição de 2019 do ‘World Travel Awards’.

Das carnes para a hotelaria

Eduardo Jesus deslocou-se, ontem, à Quinta Alegre, no Estreito da Calheta, para entregar a certificação de boas práticas ambientais.

Com 29 quartos, a unidade hoteleira propriedade do casal alemão Robert e Martina Kusch aposta fortemente no turismo sustentável.

“Estamos muito contentes com este certificado, após um ano duro e de muito trabalho”, observou, ontem, Robert Kusch, agradecendo o empenho da sua equipa.

O empresário que detém negócios também no setor das agências de viagens, chegou à Madeira há 38 anos para trabalhar no setor das carnes. Depois de várias experiências como guia-intérprete decidiu arriscar nos seus próprios projetos.

Ao estilo de uma tradicional quinta madeirense, a Quinta Alegre, rodeada pelas típicas do Estreito da Calheta, vivia sobretudo do mercado alemão, sofrendo duras quebras nas reservas em consequência da pandemia. O hotel tem agora uma taxa na ordem dos 15% e tem contado com os madeirenses para se manter em funcionamento.