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Apr 20, 2021 - 3 minute read

Mário Ferreira espera que Funchal ‘abra’ em breve

Enquanto que as ilhas Canárias viram-se para dentro, aceitando apenas cruzeiros com roteiros internos, a Madeira continua apenas a ver navios a passar. Cruzeiros A falta de cruzeiros na baía do Funchal continua a amedrontar a paisagem da capital madeirense, fazendo já mais de um ano desde que o seu porto viu desembarcar passageiros pela última vez. A retoma é muito ansiada, mas a luz ao fundo do túnel tem teimado em aparecer, já que os portos regionais continuam ‘às moscas’, deixando o setor ansioso e à espera de respostas. Desta vez, o descontentamento fez-se notar por Mário Ferreira, presidente da Mystic Cruises, uma companhia portuguesa, que lamentou na semana passada que a Região e Lisboa continuem sem uma solução para os operadores e passageiros dos navios cruzeiros. “Já estamos a mostrar que é possível [navegar em segurança], infelizmente só ainda temos base nas Canárias porque foram os que nos deram uma autorização especial para tal… Lisboa e Funchal têm que começar a olhar para o tema…”, escreveu o responsável numa publicação na rede social LinkedIn, a propósito da viagem inaugural do ‘World Voyager’ pelas Canárias. Já numa outra publicação na sua página de Facebook, o empresário agradeceu ao Governo de Canárias “que em boa hora criou um corredor aéreo com a Alemanha” e concedeu à sua companhia uma autorização para operar no arquipélago “com todas as condições de segurança”. “Esperemos que comecem a abrir Lisboa, Funchal etc.”, voltou a atirar Mário Ferreira, deixando clara a vontade de que a Madeira, bem como o porto lisboeta, receba o quanto antes estes navios. Colocando a situação em perspetiva, a companhia é portuguesa, mas são os portos nacionais que não têm oferecido soluções efetivas para o retomar da atividade. Por outro lado, as autoridades espanholas também dificultam a logística deste regresso aos mares por não aceitarem roteiros que integrem escalas em portos de outros países, ao manter a exigência de que os navios que operem nas suas ilhas realizem apenas itinerários internos, o que coloca sérios constrangimentos ao porto do Funchal, que outrora era uma presença habitual nestes roteiros. Tal foi nomeadamente visível nesta primeira viagem do ‘World Voyager’, que tinha inicialmente escala prevista para o Funchal e ainda Marrocos. Todavia, as demandas do governo de Madrid fizeram o itinerário original cair por terra, tendo este navio ficado apenas por um périplo que levará os seus passageiros a todas as ilhas Canárias. A situação da Madeira complica-se se se tiver em conta que o recentemente criado ‘corredor verde’ na acessibilidade por via marítima à Madeira perde a sua viabilidade perante este fechar de portas dos portos espanhóis aos roteiros que ‘toquem’ noutros portos internacionais, incluindo o do Funchal. Recorde-se que este corredor é apenas aplicável aos passageiros e tripulantes vacinados e recuperados da covid-19, bem como aos portadores de teste PCR de despiste da infeção com resultado negativo, realizado no período máximo de 72 horas anteriores ao desembarque, um limite temporal que praticamente só seria possível cumprir pelos passageiros que proviessem de Espanha, deitando, assim, por terra a estratégia delineada pelo executivo madeirense.