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Mar 3, 2021 - 3 minute read

Livro sobre vinhos portugueses com capítulo de Vinho Madeira faz sucesso antes de ser publicado

 Um livro em língua inglesa sobre vinhos portugueses, que conta com um capítulo dedicado ao Vinho Madeira, já angariou o triplo do financiamento pedido inicialmente pela Internet, sucesso que os autores, Simon J. Woolf e Ryan Opaz, atribuem à curiosidade de enófilos em todo o mundo sobre Portugal.  Em apenas quatro horas, o projeto “Foot Trodden - Portugal & the wines that time forgot” (“Pisa a pé - Portugal e os vinhos que o tempo esqueceu”) alcançou a meta inicial de 9.900 euros através da plataforma de financiamento coletivo Kickstarter.

Duas semanas após o lançamento da campanha, a 18 de fevereiro, o projeto já recebeu 30.800 mil euros de quase 400 investidores, garantindo a venda de mais de 600 livros ainda antes de a obra estar concluída e à venda.

“Existem definitivamente muitas pessoas interessadas em Portugal e no vinho português, mas suspeito que existe outro grupo disposto a confiar em nós se dissermos que vai ser interessante, e querem juntar-se na viagem”, disse Woolf à agência Lusa.

A dupla ganhou uma grande audiência com o primeiro livro da parceria, “Amber Revolution”, considerado melhor livro de vinhos do jornal New York Times em 2018 e distinguido com o prémio Louis Roederer em 2019.

Dedicado à história de vinhos brancos com uma distintiva cor amarela produzidos na região italiana de Friuli, na Eslovénia e na Geórgia, foi traduzido em mais cinco línguas, nomeadamente italiano, mandarim, coreano, japonês e ucraniano.

“Food Trodden” pretende seguir a mesma senda, procurando dar contexto histórico e cultural à informação técnica sobre os vinhos.

“Sentimos que existe espaço para um livro que conte histórias e interesse a todo o tipo de pessoas, e não apenas para especialistas ou aficionados do vinho. Estamos a tentar escrever um livro que chegue a diversas audiências, não queremos que seja apenas uma obra de referência”, explicou Woolf, britânico radicado em Amsterdão.

O trabalho é o culminar de três anos de investigação pelo país, que Simon Woolf visita regularmente na qualidade de escritor, seja para a revista Decanter ou para a ‘newsletter’ The Morning Claret, e onde o norte-americano Ryan Opaz, cocriador do bloque Catavino, se estabeleceu, no Porto, em 2013.

Opaz, que faz visitas guiadas sobre vinho e gastronomia em Portugal, destaca as histórias pessoais “fantásticas” de novos produtores na região do Vinho Verde ou Dão, regiões singulares como Colares e a Bairrada, e tradições únicas como o vinho de Talha, no Alentejo.

“Foi fantástico falar com tantas pessoas de uma forma mais profunda e analítica e ficar a conhecer histórias que não sabíamos que existiam, que às vezes elas não acham que são importante contar”, acrescentou.

O livro deverá ser publicado no outono, enriquecido, graças ao financiamento adicional, com um capítulo sobre o vinho da Madeira e uma série de ‘podcasts’ exclusiva para os participantes.

Se o financiamento continuar a aumentar, os autores estão a planear acrescentar um mapa desdobrável do país e criar uma base de dados eletrónica com informação sobre produtores de vinho emergentes em Portugal.