Arrancaram nesta segunda-feira as obras de ampliação e remodelação do Lar da Nossa Senhora da Estrela, mas a Santa Casa da Misericórdia da Calheta ainda não conseguiu encontrar solução para colocar os 58 utentes que lá residem enquanto decorrerem as obras. Embora a situação ainda não seja totalmente urgente, até porque, conforme explicou ao JM o provedor Mário Nunes, no projeto inicial esse reencaminhamento nem estava previsto, e só mais tarde, atendendo à circunstância e por forma a dar mais condições aos utentes é que a Santa Casa encetou esta tentativa.

Outro aspeto que ajuda a diminuir a pressão é o facto de as obras decorrerem, por enquanto, no exterior. Só dentro de quatro a cinco meses é que as intervenções deverão passar para o interior do edifício. Esse período será essencial para a Santa Casa poder encontrar uma solução.

Sobre as hipóteses que estão sobre a mesa, Mário Nunes referiu que os únicos espaços com capacidade para acolher este número de utentes seriam as unidades hoteleiras. Todavia, perante o alívio das restrições e a consequente reabertura da economia e chegada de turistas à Região, até esta hipótese sofreu um recuo.

Por agora, o provedor diz que vai esperar pela retoma do turismo para que, dentro de dois, três meses, volte a auscultar o mercado no sentido de encontrar um “lar” temporário para os idosos.

 

Obras custarão 3,5 milhões

O concurso para a concretização das obras de remodelação e ampliação do Lar da Estrela foi lançado em 2019. Mário Nunes justificou a demora com a burocracia exigida e inerente a uma obra desta natureza.

Dois anos depois, eis que as obras finalmente arrancaram e há um prazo que o provedor quer muito ver cumprido: 18 meses de execução.

Esta obra será dividida por três fases, uma primeira na área do estacionamento, passando depois a intervenção para o lado norte do edifício, zona para onde serão transferidos os serviços administrativos. Depois disso é que começará a intervenção propriamente dita no lar.

Para além das obras de remodelação, o edifício ganhará um novo bloco – composto por dois pisos, com quatro quartos individuais por piso – e também um novo espaço para tratar e acompanhar exclusivamente utentes com demências.

Com um gabinete médico e uma equipa multidisciplinar, o provedor da Santa Casa da Misericórdia da Calheta não exclui a hipótese de abrir no futuro este espaço a pessoas externas ao lar. Contudo, inicialmente será para os utentes do lar que essa sala funcionará.