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Mar 8, 2021 - 4 minute read

‘Lanterna vermelha’ continua nos Barreiros

O Marítimo falhou ontem mais uma oportunidade para sair da zona de despromoção ao perder em casa, por 2-0, ante o Moreirense, num jogo em que os verde-rubros até criaram mais ocasiões de golo… Uma falta de eficácia e de sangue frio que não faltou ao Moreirense, explica em boa parte a derrota que o Marítimo averbou nos Barreiros e que mantém a lanterna-vermelha nas mãos da equipa de Milton Mendes, pela segunda vez nas últimas três jornadas.

Obrigada a vencer para não passar mais uma jornada em zona de despromoção, a equipa madeirense entrou melhor na partida, pressionado alto e criando as melhores oportunidades para desfazer o marcador.

Winck deixou o primeiro aviso, logo ao minuto 4, aquecendo as mãos do guardião Pasinato, que volvidos pouco mais de dez minutos, viu o esférico passar com perigo ao lado da sua baliza na sequência de um cabeceamento de Joel Tagueu, após um bom cruzamento de Hermes na marcação dum livre, na ala esquerda.

O Moreirense passou por alguns apuros mas aguentou-se bem. E depois de ameaçar desde a meia distância, com um remate fraco de Rafael Martins, chegou ao golo intermédio de Filipe Soares, aos 23. O médio rematou ao poste, que devolveu a bola ao jogo em ótimas condições e, na insistência, Yan voltou a cruzar para Soares cabecear para o fundo das redes.

Milton Mendes pensou um pouco e à meia hora de jogo mudou de estratégia, desfazendo o sistema de três centrais. Karo deixou o eixo da defesa entregue a Leo Andrade e René, para permitir a entrada de Rafik, que foi jogar nas costas de Joel e Alipour.

Mas a mudança praticamente não surtiu efeitos em termos ofensivos. Os poucos lances de relativo perigo criados pelos madeirenses até ao intervalo resultaram de lances de bola parada, que foram bem cobertos pela defesa vimaranense.

O golo sofrido abalou claramente a equipa do Marítimo, reforçando a confiança do Moreirense. Os cónegos, antes do descanso, até estiveram perto de chegar ao segundo, em lances que denotaram intranquilidade no último reduto dos locais, que Walterson soube explorar.

Ambos os técnicos operaram mudanças para a etapa complementar, com Vasco Seabra a retirar o amarelado D’Alberto, por troca com Abdoulaye Ba, e com Milton Mendes a deixar Alipour nas cabines para a entrada do extremo Milson.

Esperava-se o tudo ou nada por parte do Marítimo para reentrar na discussão do resultado e foi o aconteceu. Emoção não faltou na segunda metade do jogo, disputada em modo de parada e resposta, e com lance de golo a rondar ambas as balizas, com destaque para a de Pasinato, que se encarregou de negar o empate com grandes intervenções a remates de Rafik (60) e Rodrigo Pinho (79).

Joel Tagueu, pelo meio ainda falhou a melhor oportunidade de todas, cabeceando para fora quando tinha a baliza à sua mercê.

O Marítimo jogava notoriamente com o coração, disputando todos os lances como se fossem se o jogo estivesse prestes a terminar.

Aos 82, a esperança renasceu, momentaneamente, pois o golo que daria o empate, anotado por Léo Andrade, acabou por ser anulado por fora de jogo assinalado a Rodrigo Pinho.

A formação madeirense fez praticamente tudo o que estava ao seu alcance para merecer este golo, mas o futebol, como é sabido por todos, é feito de eficácia.

O Moreirense, soube sofrer e esperar pela hora certa para desferir o golpe de graça, que foi servido a frio, aos 89, com o ‘bis’ de Filipe Soares, que isolado na cara de Amir, picou a bola para o fundo das redes apagando o que restava da chama madeirense.

Desaire terá sido fim da linha para Milton Mendes

A derrota averbada ontem pelo Marítimo deverá significar o fim da linha para Milton Mendes ao comando da equipa principal dos verde-rubros.

O anúncio da demissão do técnico brasileiro, que em várias ocasiões sempre defendeu que “nunca seria um problema” quando confrontado com esse cenário, deverá ser conhecido esta segunda-feira, após habitual reunião com o presidente Carlos Pereira. 

O Marítimo não ganha há nove jogos (oito na I Liga e um para a Taça) e perdeu oito desses embates. Pela primeira vez desde os primeiros anos da subida ao principal escalão do futebol português, ou seja desde os anos 80 do século passado, a equipa encontra-se em zona de despromoção há três jornadas seguidas, duas delas como último classificado.