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Mar 21, 2021 - 3 minute read

JPP preocupado com a crise que se instalou na Groundforce

O grupo parlamentar do JPP na Assembleia da Madeira defendeu hoje a aquisição do capital social da Groundforce pela TAP, considerando que a solução encontrada para resolver o problema da empresa é apenas um “balão de oxigénio”. “A solução apresentada dá um ‘balão de oxigénio’ de alguns meses à Groundforce, após este período, se a situação do setor aéreo se mantiver como o presente em Portugal, a medida a tomar poderá passar pela aquisição de capital social da Groundforce por parte da TAP”, afirmou o deputado do JPP Paulo Alves.

O parlamentar madeirense falava numa conferência de imprensa realizada junto das instalações no Aeroporto Internacional da Madeira- Cristiano Ronaldo onde falou dos problemas que a pandemia da covid-19 provocou na sociedade e na economia, sobretudo no setor do turismo e da aviação que são cruciais para Portugal e para a Madeira.

O parlamentar indicou que em 19 de março foi divulgado “que havia sido delineado um acordo entre a TAP e a Pasogal, situação que parece que colocará um fim à situação precária dos trabalhadores da Groundforce, uma vez que as faturas e responsabilidades financeiras destes, não se compadecem com esta situação”.

Paulo Alves explicou que “o princípio de acordo passará por a TAP comprar os equipamentos da Groundforce e posteriormente alugá-los à mesma, a operação permitirá no imediato dar liquidez financeira para permitir cumprir com as obrigações fiscais e salariais que estavam em risco”.

“No entanto, esta solução parece-nos temporária, porque não havendo alterações positivas no transporte aéreo a curto prazo, daqui a alguns meses a Groundforce deixará de ter disponibilidade financeira para o pagamento de ordenados e com a agravante de ter de pagar o aluguer dos equipamentos”, enfatizou.

Para o JPP, “a possível solução passaria pelo aumento de capital por parte da TAP (responsável por 70% do negócio da Groundforce), de 6,97 milhões de euros, com um valor de 10 euros por ação, de acordo com uma avaliação independente de 2018”, argumentou o parlamentar.

Paulo Alves considerou que “a solução de suprimentos (empréstimo do sócio à sociedade) por parte da TAP foi colocada de parte quando as ações da Pasogal foram penhoradas, por incumprimentos em pagamentos”.

Por isso, “o destino dos 2.400 trabalhadores da empresa, dos quais 208 trabalham na Região Autónoma da Madeira, está assim dependente das negociações entre os dois sócios”, vincou.

Paulo Alves destacou as consequências da pandemia da covid-19 nos diversos setores da atividade económica e social, realçando que constituiu “um grave sobressalto”, sobretudo para setor aéreo e, para um território que “tanto depende do turismo”, cujo “o impacto foi maior, relativamente a outros países da União Europeia (UE)”.

Paulo Alves sublinhou que empresas de ‘handling’ “prestam um serviço fundamental no transporte aéreo”, sendo de “importância estratégica para o país”

O deputado madeirense do JPP também opinou que o Governo da República ”foi lesto a ajudar a TAP” neste contexto de dificuldades, mas no caso da Groundforce, “o apoio tardou pelos seus sócios, que é detida em 50,1% pela Pasogal de Alfredo Casimiro e 49,9% pelo grupo TAP (com participação pública)”, o que resultou no “atraso no pagamento dos salários do mês de fevereiro.”

Ainda referiu que o partido reuniu com a Subcomissão de Trabalhadores da Groundforce na Madeira para ouvir as suas reivindicações e informou a Câmara de Santa Cruz, onde está localizado o Aeroporto da ilha, tendo o município enviado uma carta ao primeiro ministro “fazendo notar a importância que a empresa tem para a economia regional, em especial por ser uma Região Ultraperiférica”, informou.