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Feb 12, 2021 - 2 minute read

JPP aponta lacunas no estudo de impacte ambiental do Caminho das Ginjas

O Juntos pelo Povo (JPP) considerou, hoje, que o estudo de impacte ambiental do Caminho das Ginjas está “muito incompleto, com uma aberrante falta de rigor técnico e científico”. Esta posição, apresentada em conferência de imprensa por Rafael Nunes, porta-voz da iniciativa e Vice-Presidente do Grupo Parlamentar, surge na sequência da colaboração deste partido na consulta pública deste estudo, a qual se traduziu em cerca de 70 páginas e um total de 127 pontos.

Segundo o deputado, tal colaboração foi conclusiva em comprovar as lacunas deste relatório, apontando nomeadamente a sua “incapacidade de identificar corretamente as espécies presentes na zona das Ginjas”.

Para Rafael Nunes, não é possível compreender o parecer favorável “à destruição de grande parte de um rico património natural, como é a floresta Laurissilva.  Como é que se pode querer destruir este património sem saber o que lá existe, sem ter a noção que podemos estar a erradicar espécies únicas em todo o mundo, que nem foram analisadas neste estudo”, disse, dando como exemplos dados do IFCN, que indicam, a existência de mais de 500 espécies endémicas existentes na Laurissilva, que não foram consideradas neste estudo de impacto ambiental.

No entender deste responsável, este relatório dá ideia de “um fato feito à medida das pretensões de um Governo Regional, que ainda antes da publicação deste estudo, já havia avançado com a intenção de avançar com a estrada “quer queiram quer não”, segundo as palavras do próprio presidente do Governo em agosto de 2019”.

“Avançar com a asfaltagem das Ginjas, em plena pandemia, não é só um ataque direto à Laurissilva, mas também um ataque económico e social à população da Madeira. O JPP não concorda que numa altura que a taxa desemprego sobe de uma forma indiscriminada, quando o tecido económico e empresarial implora por mais apoios públicos, quando o setor da saúde suplica por mais ajuda e um maior financiamento púbico, o Governo Regional PSD/CDS teime em gastar 10 milhões de euros numa obra que vem destruir grande parte do Património Natural da Região”, reiterou.

O JPP deixa a garantira que irá até às últimas consequências no caso das Ginjas, ficando a aguardar que o Governo Regional emita a Declaração de Impacte Ambiental desfavorável e que tome em consideração a participação recorde na passada terça-feira, com várias pessoas e ONG´S Regionais a marcarem a sua posição na defesa da floresta Laurissilva.