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Feb 13, 2021 - 2 minute read

Jovens continuam a legitimar a violência no namoro

À semelhança de outros anos, a UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta assinalou o Dia dos Namorados com um estudo sobre a violência no namoro. O estudo, de âmbito nacional, relativo a 2020, incluiu as regiões autónomas e pelos resultados ontem apresentados, durante um webinar (que contou com a presença de dois secretários de Estado), revela que ainda há um longo caminho a percorrer para que o amor prevaleça sobre outros sentimentos. Participaram 4.598 jovens, do 7.º ao 12.º anos de escolaridade. Destes, 67% consideram legítima a violência no namoro, dos quais 26% acham legítimo o controlo, 23% a perseguição, 19% a violência sexual, 15% a violência psicológica, 14% a violência através das redes sociais e 5% a violência física.Entre estes quase cinco mil jovens, cuja média de idades é de 15 anos, 25% acham aceitável insultar durante uma discussão, outros 35% que é aceitável entrar nas redes sociais sem autorização, 29% que se pode pressionar para beijar e 6% entendem mesmo que podem empurrar/esbofetear sem deixar marcas.No que diz respeito às diferenças por género, é sempre por parte dos rapazes que a legitimação é maior, com destaque para o comportamento “pressionar para ter relações sexuais”, em que a legitimação entre os rapazes (16%) é quatro vezes superior à das raparigas (4%). De acordo com os resultados referentes à Madeira, a análise realizada conclui que os comportamentos associados ao controlo (32%), à perseguição (27%) e à violência sexual (22%) “são aqueles que os/as jovens, em média, mais legitimam nas relações de namoro”.“De entre os/as participantes que afirmam estarem ou já terem estado numa relação de namoro, os indicadores de vitimação autorreportados indicam, em média, uma maior prevalência da violência psicológica (21%), do controlo (20%) e da perseguição (18%)”, conclui o estudo.No webinar, Joana Martins da UMAR Madeira lançou um vídeo realizado no âmbito do projeto ART’THEMIS Madeira, de prevenção primária da violência de género, associado à campanha nacional ‘Bem-me-gosta, Mal-me-gosta’ que será publicada nas redes sociais, contra a violência no namoro. O vídeo pode ser visto através do link https://www.facebook.com/555622821200330/videos/855666094981774.“Pretendemos que este vídeo, e/ou os sketches dele derivados, suscitem, também, debate em toda a sociedade, porque sabemos que a normalização da violência atravessa várias gerações. Acima de tudo, queremos passar a mensagem de que, quando se quer realmente alguém, quando gostamos verdadeiramente de alguém, respeitamos, cuidamos e confiamos. Violência nunca é amor”, disse Joana Martins.