Sócrates fez uma breve declaração aos jornalistas, criticando aquilo a que chama uma “uma obscena campanha mediática” com objectivo de condicionar a Operação Marquês, quando se encontrava já no campus de justiça. “Todos esses covardes que me insultam nos jornais todos os dias que fiquem a saber: não me intimidam e não os temo. Aqui estou para lutar pela minha inocência”. Foi o que declarou aos jornalistas o antigo primeiro-ministro José Sócrates, após chegar, pelas 13h55 ao Campus da Justiça.

“Venho aqui porque não está no meu temperamento ficar em casa quando alguma coisa tão importante se decide e me diz respeito. Venho também para assinalar um momento importante na justiça portuguesa, porque esta é a primeira vez no processo Marquês que um tribunal decide comunicar pela primeira vez aos interessados a decisão, e não através de jornalistas ou dos jornais. É a primeira vez que isto acontece. Venho denunciar o que tem sido uma obscena campanha mediática que tem como objectivo condicionar o tribunal e a liberdade do juiz: ao longo destes meses, o jornalismo português – por influência do Ministério Público – tentou condicionar a decisão do tribunal, e fê-lo ao longo de vários meses com a cumplicidade e silêncio de todas as instituições. O juiz [Ivo Rosa] foi acusado de ser o juiz dos poderosos, dos amigos do Sócrates. Nunca nenhuma instituição teve a mínima intervenção, foram cúmplices”, acusou o antigo primeiro-ministro.