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Apr 11, 2021 - 2 minute read

José Sócrates diz que foi alvo de uma “vingança” da direita e acusa PS de “traição”

No seu novo livro, intitulado “Só Agora Começou”, José Sócrates tece diversas acusações quer ao PSD. quer ao PS.  Nesta publicação, que será lançada nos próximos dias, mas que tem pré-publicação este domingo no Diário de Notícias, o ex-primeiro ministro português, um dos grandes acusados da Operação Marquês, afirma que o partido socialista decidiu que “o único líder que teve uma maioria absoluta deveria ser removido da história”.

“Durante estes quatro anos não ouvi por parte da direção do PS uma palavra de condenação desta prepotência. Encontrei nos militantes do PS um apoio e um companheirismo que não esquecerei. Mas a injustiça que agora a direção do PS comete comigo, juntando-se à direita política na tentativa de criminalizar uma governação, ultrapassa os limites do que é aceitável no convívio pessoal e político”, afirma Sócrates. 

O antigo governante critica ainda Carlos César, presidente do PS, apontando-lhe o dedo por ter feito uma “condenação pública” a Manuel Pinho, ex-ministro da Economia do Governo de José Sócrates. “A política ama a traição mas despreza o traidor”, escreveu.

Já olhando para o outro lado do espetro político, José Sócrates garante ter sido alvo de uma “vingança” da direita, que procurou afastá-lo da vida política. “Se nenhuma ajuda pedi à direção do partido também nunca esperei que esta me atacasse tão injustamente, não me deixando outra alternativa para defender a minha dignidade pessoal que não fosse a saída. Saída essa que, aliás, pareciam desejar – ela, a direção, e ela, a direita política. Bom, aí a tem”, disse o político, agora acusado de seis crimes.

José Sócrates afirma ainda ver  “o espetáculo como motor da justiça e do jornalismo”, deixando ao longo do livro vários os ataques aos jornalistas, procuradores e juízes. 

Recorde-se que o novo livro do antigo primeiro ministro português tem um prefácio escrito por Brasil Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil, que equipara a “Operação Marquês” à “Lava Jato”, o processo que culminou com a prisão de Lula da Silva.