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May 6, 2021 - 4 minute read

José Manuel Rodrigues lembra que o Parlamento deve defender a “causa dos mais vulneráveis”

“Se há área de que a Madeira se pode orgulhar, ao longo das últimas décadas, é a do apoio à pessoa com deficiência (..) e isso deve orgulhar todos aqueles que têm cargos de responsabilidade na Região e deve ser motivo de regozijo”, destacou hoje o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira José Manuel Rodrigues falava na cerimónia de inauguração da exposição “Na Rota do Azulejo”, que decorreu na manhã desta quinta-feira, 6 de maio, Dia nacional do Azulejo, no átrio do Parlamento, uma iniciativa que tem a chancela da Secretaria Regional de Inclusão e Cidadania e surge integrada no projeto nacional SOS Azulejo, que é desenvolvida pelo centro de Atividades Ocupacionais (CAO) de Santana, instituição que, desde 2015, faz parte do projeto SOS Azulejo, que se dedica à preservação e divulgação do Património Azulejar Português.

Num momento em que se assinalam as comemorações do Instituto de Segurança Social da Madeira 2021, esta mostra ganha um significando mais profundo, ao mesmo tempo que espelha o empenho da Região na luta pelos direitos da Pessoa com Deficiência, designadamente através de uma abordagem que envolve as linguagens artísticas para fomentar o processo inclusivo e de crescimento pessoal desta população.

“Todos nós olhamos para estes azulejos e vemos o mesmo, mas o nosso coração sente de forma diferente estes painéis, e a cabeça leva-nos porventura a agir de forma diferente diante daquilo que vemos e sentimos”, disse José Manuel Rodrigues, agradado, a propósito dos vinte trabalhos expostos, aproveitando a ocasião para lembrar que os “tempos difíceis” que atravessamos, devido à pandemia, marcados pelo desemprego, pelo aumento das desigualdades sociais e do crescimento da pobreza, nos permitem olhar com mais atenção para a necessidade de “um estado social robusto e viável”, capaz de responder a estas problemáticas.

“Nunca como agora fez tanto sentido o estado social”, vincou, fazendo questão de felicitar a Secretaria Regional de Inclusão e Cidadania, o Instituto de Segurança Social, o Centro de Inclusão da Madeira e os Centros de Atividades Ocupacionais pela entrega à sua missão.

O presidente do primeiro órgão de governo próprio da Região não poupou elogios ao projeto expositivo que a Assembleia Legislativa acolhe até ao próximo dia 20 de maio, sublinhando que este “veio chamar a atenção para necessidade de defendermos intransigentemente aquilo que é nosso, o nosso património.”, pois se “a vida dos povos é feita sobretudo de património e de cultura, e é isso que fica, defender o património é absolutamente necessário à nossa vivência coletiva. É a memória coletiva que sustenta a nossa Autonomia.”, acrescentou, deixando abertas as portas do parlamento: “O parlamento está sempre de portas abertas, porque esta casa, sendo a casa da democracia e a casa da Autonomia, a casa de todos os madeirenses e porto-santenses, deve ser a casa e a causa dos mais vulneráveis, que residem na Madeira e no Porto Santo.”

A Secretária Regional de Inclusão e Cidadania afirmou, por seu turno, que “projetos como este são fundamentais na promoção da autonomia e integração social das pessoas com deficiência, contribuindo para o seu desenvolvimento, bem-estar, confiança e independência.” Augusta Aguiar, que abriu as hostes, enalteceu “o trabalho desenvolvido pelas instituições parceiras nas respostas sociais nas áreas da infância e juventude, da família e comunidade, da deficiência e reabilitação e da população idosa, sem as quais não seria possível chegar a todos os cidadãos madeirenses e porto-santenses em situação de maior vulnerabilidade e que necessitam de proteção social.”

“Aos utentes e colaboradores do CAO de Santana, o nosso profundo agradecimento por este trabalho artístico de grande qualidade, do qual todos nos orgulhamos.”, concluiu.

“Na Rota do Azulejo é uma narrativa declinada em vinte quadros de azulejos, que traduzem “um percurso de cinco anos no trilho da inclusão pela arte, quer ao nível da preservação e divulgação dos costumes, quer ao nível das tradições e do património madeirense, que inclui igrejas e capelas.”, lê-se na folha de sala.