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Apr 14, 2021 - 3 minute read

Já estivemos numa situação epidemiológica mais favorável

Portugal “com uma tendência ligeiramente crescente” de incidência de casos, dentro deste ritmo de crescimento, vai chegar ao limiar da matriz de risco dentro de duas semanas a um mês. A ministra da Saúde realçou ontem que a situação epidemiológica em Portugal sofreu alterações nos “últimos 15 dias, em que o risco de transmissão está superior a 1”, e que, embora se mantenha uma “incidência moderada”, “já estivemos numa situação epidemiológica mais favorável”.

Marta Temido, em declarações após a reunião de especialistas que ontem decorreu no Infarmed, destacou a tendência “decrescente” em pessoas com mais de 80 anos e o “impacto positivo da vacinação” na incidência desses casos. A ministra destacou ainda a “incidência significativa de rastreios em ambiente escolar”, salientando que número de casos identificados em ambiente escolar é “bastante reduzido”.

Reforçando a ideia de que a vacinação é “o melhor instrumento de resposta à pandemia”, a ministra recordou que a conclusão da vacinação de toda a população com mais de 60 anos permitirá “ter impacto que representaria 96% de casos fatais de infeção de covid-19” no País, alertando assim para a necessidade de manter as “medidas preventivas” e da importância de dar seguimento ao plano de vacinação.

 

Incidência e variantes

André Peralta Santos, da Direção-Geral da Saúde, avançou que Portugal está “neste momento com uma incidência moderada, próxima dos 71 casos por 100 mil habitantes e com uma tendência ligeiramente crescente”.

Uma das novidades trazidas pelo analista nesta reunião diz respeito aos grupos etários, com os dados a exibirem uma “uma inversão da tendência e um aumento na faixa etária dos zero aos nove anos de idade”, ao mesmo tempo que “realçam uma manutenção e aprofundamento da tendência de crescimento na faixa etária dos 80+, aquela que sabemos que é aquela mais vulnerável à hospitalização e à morte”.

Por sua vez, Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), revelou que o R(t), que atingiu o seu valor mais baixo, de 0,61, no início de fevereiro, “tem tido um comportamento de aumento sistemático a partir dessa altura”.

O epidemiologista realçou ainda que, “com este nível de crescimento e com uma taxa próxima de 71 casos por 100 mil habitantes, o tempo para chegar à linha [limite da matriz de risco] está entre duas semanas a um mês”.

Quanto à variante do vírus SARS-CoV-2 identificada na África do Sul, está a gerar “alguma preocupação” pelo crescimento recente em Portugal, admitiu o investigador João Paulo Gomes, do INSA. O especialista na análise das mutações do vírus responsável pela pandemia de covid-19 declarou que a variante sul-africana exige atenção.