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Feb 15, 2021 - 4 minute read

Inovação: A Internet é segura?

Um dos princípios a ter em conta é que tudo o que cai na internet, fica na internet. Um dos princípios a ter em conta é que tudo o que cai na internet, fica na internet.

A nossa exposição, as preferências, o que pesquisamos, quem contactamos, o que enviamos, o que compramos. Tudo isto deixa rasto que pode ser seguido e usado.

Culpamos as redes sociais, os serviços de pesquisa ou mensagens pela quantidade de informação que recolhem, mas somos nós que facultamos de livre e espontânea vontade, muitas vezes sem nos darmos conta.

Recentemente instalou-se a polémica sobre a utilização de aplicações de rastreamento, por causa da Covid-19. Muito se discutiu a legitimidade de os governos permitirem o rastreamento anónimo dos infetados Covid-19, mas continuamos a partilhar a nossa localização nas redes sociais e a permitir o registo por parte destas dos nossos movimentos, preferências, contatos e muito mais informação, que simples códigos cifrados que permitiriam uma mais rápida identificação de possíveis contactos positivos, os quais salvariam vidas. Em vez disso preferimos receber publicidade que nos é direcionada por algoritmos que nunca saberemos que informação realmente recolhem. A quem nunca aconteceu receber uma sugestão de algo que apenas pensou?

Fotos, vídeos, snaps, tik toks, tudo o que é enviado ou visualizado pode ser copiado, muitas aplicações já indicam que o conteúdo visionado foi copiado, mas mesmo que sejamos informados, o resultado dessa cópia é incerto, pois facilmente pode cair em grupos de mensagens e repartilhado indefinidamente, sem qualquer controlo. Os serviços de mensagens e redes sociais permitem a encriptação dos dados, conferindo alguma segurança às conversas e chamadas, o que partilhamos chega ao outro interlocutor de forma segura, mas o que acontece daí para a frente já não tem como controlar.

Hoje temos muita segurança ativa e passiva nos sistemas e aplicações, mas a melhor ferramenta de segurança somos nós mesmos.

Estas ferramentas e dicas deveriam ser ensinadas logo nas escolas, quer nas disciplinas apropriadas, as tecnológicas, ou mesmo nas outras aulas, quando se fala em Cidadania, este é um tema importante a discutir e ensinar, embora entenda que a sobrecarga de informação a que os próprios professores e comunidade escolar estão sujeitos, dificulta muito a abordagem do assunto, até pela própria impreparação destes para o uso de tecnologia.

A velocidade em que aparecem novos meios de proteção, aplicações e tendências nem permite se programar no início de um ano letivo os conteúdos atualizados, uma vez que tudo surge repentinamente e entra no circuito das tendências muito rapidamente.

Há que, no entanto, louvar toda esta comunidade pelo muito que se tem feito no ensino à distância, e rapidamente proporcionar ferramentas e meios adequados para que esta realidade seja igual para todos.

Os próprios pais, com ferramentas digitais disponíveis para controlo parental, têm dificuldade em fazer uma gestão adequada do acesso aos conteúdos e horas de utilização. Mesmo que sejam configurações simples, muitas vezes por desconhecimento ou mesmo desinteresse, simplesmente não as usam.

Hoje em dia, faz parte do processo educativo estarmos atentos a sinais e evidências da exposição das crianças, quer a conteúdos, quer a fenómenos de bullying, que são praticamente impercetíveis, pela normalidade em que algumas situações são encaradas. No presente, é mais normal haver violência digital do que física, certamente mais prejudicial para o normal desenvolvimento da criança.

Na utilização diária da internet, devemos validar sempre os acessos provenientes de emails recebidos, nunca partilhar dados bancários, passwords ou números de cartões de crédito em resposta a emails ou mensagens e principalmente usar passwords seguras.

Usar preferencialmente as aplicações das lojas ou dos bancos para pagamentos ou operações bancárias, uma vez que estão sujeitas a encriptação e segurança reforçada.

Nunca o fazer em ligações de internet públicas, pela facilidade em que estas permitem o rastreamento de dados e ter atenção na forma como se fazem pagamentos e encomendas e saber a proveniência dos artigos e a sua legitimidade.

Com pequenos gestos que nos protegerão, podemos garantir uma utilização mais segura do mundo digital, que para muitos é ainda uma novidade, mas para os restantes parte indispensável do nosso modo de vida.

Hoje temos muita segurança ativa e passiva nos sistemas e aplicações, mas a melhor ferramenta de segurança somos nós mesmos.