Em declarações à RTP, Luísa Borba, da Comissão de trabalhadores da Groundforce revelou hoje que a entrega de vacinas na Madeira pode estar em causa, caso não haja dinheiro para os trabalhadores. “A Groudforce neste momento é responsável pelo carregamento das vacinas para o arquipélago das Madeira e dos Açores. Senão houver combustível para irmos trabalhar, o arquipélago das Madeira e dos Açores vai ficar sem vacinas para cumprir o se plano de vacinação. Portanto, nós somos muito estratégicos”, disse a responsável presente na manifestação de hoje.

Recorde-se que estas declarações acontecem depois das negociações sobre o pagamento dos salários em atraso na Groundforce entre o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e o acionista maioritário, Alfredo Casimiro, terem recuado durante a tarde de ontem.

Alfredo Casimiro admitiu entregar ações da Groundforce à TAP, mas rejeitou perder o controlo da companhia caso não consiga pagar o empréstimo no futuro.

Já o Ministro das Infraestruturas afirmou ontem, em conferência de imprensa, que “o Governo não tem qualquer intenção de nacionalizar” esta companhia aérea.

“Ao contrário do que é dito, não temos qualquer intenção ou vontade de nacionalizar a empresa ou empresas”, afirmou hoje Pedro Nuno Santos, em conferência de imprensa sobre as negociações da TAP com a empresa de ‘handling’ Groundforce, depois de o acionista privado ter acusado o Governo de “chantagem e um ultimato inaceitável”.

Nesse comunicado, Alfredo Casimiro acusava Pedro Nuno Santos de querer “nacionalizar a Groundforce e entregá-la daqui a uns tempos a outro privado. Estão a aproveitar-se da pandemia para fazer um roubo, tal como os que ocorreram a 11 de março de 1975”.

Já Pedro Nuno Santos respondeu que a TAP tem feito “um grande esforço para apoiar a Groundforce”, mas chegou um momento em que “a TAP não pode continuar a fazer adiantamentos sem ter garantias”, precisando que o faz desde novembro.