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Mar 8, 2021 - 2 minute read

Igualdade de género discutida no programa ‘Com vida' da 88.8 JMFM

No dia em que se celebrou o Dia Internacional da Mulher, Rubina Leal esteve à conversa no programa com ‘Com vida' da rádio 88.8 JMFM com Elisabete Brasil, investigadora, formadora e especialista nas questões de género, que considerou que esta efeméride continua a ser um dia importante para fazer um balanço acerca das lutas vencidas e das que ainda estão por travar, “para que gerações vindouras possam atingir aquilo que todas queremos: a igualdade em direitos”. “Muitas vezes, ouve-se dizer, até de uma forma satírica, para quê um dia da mulher? (…) Todos os dias somos contra violência contra as mulheres, mas temos depois um dia em que lembramos especificamente a luta que está a ser travada, aquilo que já foi conquistado e que ainda é necessário fazer”, reiterou a especialista, acrescentando que este é também um dia de reivindicação, dado que a sociedade ainda é fundamentalmente “desigual”.

No entender de Elizabete Brasil, estas são questões que devem ser trabalhadas de forma transversal, “na família e na escola e através das políticas públicas e de um quadro legislativo que venha impor e promover que a igualdade se faça”, uma vez que estas desigualdades continuam a ter repercussões no quotidiano de todas as mulheres. Como exemplos dessa realidade enumerou a violência contra as mulheres, as disparidades salariais, a sua sub-representação em áreas chave e as pressões sobre estas nas tarefas domésticas.

Além do mais, segundo a investigadora, a atual crise sanitária e socioeconómica veio agravar esta situação, nomeadamente no que concerne à violência e até ao desemprego. “Há um conjunto de indicadores e de dados que nos fazem dizer que esta pandemia veio arrastar, criar e potenciar uma maior pobreza e colocar as mulheres em situações quer de maior insegurança, quer de maior fragilidade e pobreza”, disse, apontando o facto de esta discriminação de género ter sido há muito naturalizada. “Temos uma sociedade que foi criando uma ideia de quem são os homens e de quem são as mulheres, com uma série de estereótipos que depois vai informando a forma como vivemos, sentimos e estamos na sociedade e ela é ainda desigual”, explicou.

“O importante é que sejamos todos livres para fazer as nossas opções e que o facto e ter nascido homem ou mulher não inviabilize o nosso percurso pessoal e as nossas opções e decisões pessoais. Isso é que ainda é importante, mas só vemos é que às mulheres ainda são vedadas muitas coisas. É aí que está a desigualdade de género”, frisou Elizabete Brasil.