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Mar 9, 2021 - 4 minute read

Groundforce protesta quinta-feira na Madeira

Os trabalhadores da Groundforce marcaram para esta quinta-feira uma manifestação no Aeroporto da Madeira devido ao futuro incerto da empresa. Apelam à união de todos na atual situação “grave”. Os trabalhadores da Groundforce na Região concentram-se esta quinta-feira, a partir das 14h30, na zona das partidas do Aeroporto da Madeira para manifestar a sua “união” perante a situação “grave” que atravessam devido às dificuldades da empresa, sem liquidez suficiente para pagar integralmente os salários de fevereiro.Na última sexta-feira a empresa entregou parte das remunerações, usando o dinheiro que ainda tinha em tesouraria, mas os pagamentos não foram além 75% do ordenado, havendo contudo um mínimo base de 500 euros, por trabalhador.Na Madeira e Porto Santo, os 206 funcionários da empresa estão preocupados com o momento de incerteza que paira sobre o seu futuro, agravado pela circunstância de ter falhado o acordo de emergência, que permitiria a TAP adiantar à Groundforce 2,05 milhões de euros para pagamento de salários.Ontem, soube-se que o acordo para a adiantamento da verba falhou porque as ações do acionista Pasogal já estão penhoradas e, por isso, não podem ser dadas como garantia. A Groundforce é uma empresa detida pela Pasogal, acionista com 50,1% das ações, e pela TAP, que controla os restantes 49,9% do capital.Agora, sobre a mesa está o fecho da empresa ou sua nacionalização, adiantou ontem a TVI.Preocupados com o seu futuro, os trabalhadores decidiram protestar “pacificamente” para que a suas vozes sejam ouvidas. As regras do uso da máscara e do distanciamento social serão cumpridas na quinta-feira, garantem-nos.Inicialmente, a subcomissão de trabalhadores tinha pedido à Câmara Municipal de Santa Cruz para realizar a manifestação hoje, mas a solicitação recebeu parecer negativo do gabinete jurídico do município, por a comunicação não cumprir o prazo legal de 48 horas. Com efeito, o pedido foi feito ontem e o encontro estava agendado para hoje.Por isso, a subcomissão fez um novo pedido, agora para a quinta-feira. O pedido foi enviado para a PSP e a CMSC, além do aeroporto ter sido informado.Os trabalhadores na Madeira juntam-se assim aos colegas que protestam no continente.“Temos de estar todos unidos”, disse Paulo Evangelista, dirigente regional do SITAVA - Sindicato dos Trabalhadores e Aviação, que se associa a esta ação de protesto promovida pela subcomissão de trabalhadores da Madeira da Groundforce.“O mais preocupante neste momento é o nosso posto de trabalho. A maior parte dos funcionários têm 25 a 30 anos de casa”, o que significa que “são demasiado novos para ir para a reforma, mas velhos demais para arranjar um novo emprego”, disse, acrescentando que a idade média na Madeira é de “45 a 46 anos”.Ao contrário do continente, onde foram dispensados cerca de 1.300 prestadores de serviço e contratados, na Região os funcionários estão todos no quadro, pelo que desde a pandemia e até ao momento “ninguém foi dispensado”. O que tem havido é redução no horário de trabalho devido à retoma progressiva, mas o salário tem sido pago a 100%, exceto o subsídio de alimentação nos dias em que estão em casa.Paulo Evangelista apela à mobilização dos trabalhadores para o protesto pois “esta é uma situação grave”. As dificuldades financeiras da empresa não são “algo que tenha a ver connosco, porque é consequência da pandemia, mas temos de estar todos unidos, pois é só com a nossa união que vamos conseguir ultrapassar os problemas”, defende.O dirigente regional acrescenta que a empresa “vinha dando resultados positivos nos últimos seis anos”, para os quais contribuiu o “enorme esforço” dos trabalhadores, que “durante quatro anos tiveram cortes e algumas regalias retiradas”. Se não fosse assim, salienta, “a empresa tinha fechado há seis anos”.Governo da República ainda sem soluções para resolver problema dos trabalhadores O Governo da República ainda não tem soluções para resolver o problema dos trabalhadores da Groundforce, indicou o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, em reunião ontem com os representantes dos colaboradores, disse à Lusa a Comissão de Trabalhadores.