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Mar 10, 2021 - 2 minute read

Greve de fome está a afetar saúde do historiador marroquino Maati Monjib

 O comité de apoio ao historiador marroquino Maati Monjib, em greve de fome há vários dias, manifestou hoje “grave preocupação” em relação à saúde do ativista dos direitos humanos, já “bastante debilitada” após dez semanas de uma “detenção arbitrária”. “O comité renova o pedido para a libertação imediata” do “preso de opinião” Maati Monjib e expressa “grave preocupação” sobre os efeitos na saúde e na vida por causa da greve de fome do historiador, encetada para “protestar contra a injustiça de que é vítima”, lê-se num comunicado do comité.

Também num comunicado, a direção da administração penitenciária (DGARP) marroquina indicou que o detido, encarcerado na prisão de El Arjat, próximo de Rabat, passou a ter acompanhamento médico a partir de segunda-feira.

Maati Monjib, 60 anos, numa mensagem enviada aos seus apoiantes, anunciou que deu início na passada quinta-feira a uma greve de fome para denunciar à opinião pública a sua situação desde que foi “detido indevidamente” no final de 2019.

“Os meus escritos críticos ao sistema político e à polícia e as minhas atividades de direitos humanos” estão na raiz da “minha perseguição”, afirmou.

A DGAPR diz que só segunda-feira foi informada sobre a greve de fome de Maati Monjib, contestando que a iniciativa tenha começado a 04 deste mês.

“A administração da penitenciária tentou persuadi-lo a abandonar a abordagem por causa das repercussões no seu estado de saúde, mas ele fez questão de não mudar de ideia”, lê-se na nota divulgada segunda-feira.

Preso a 29 de dezembro de 2019 na sequência de uma investigação preliminar por “lavagem de dinheiro”, o intelectual marroquino foi ao mesmo tempo condenado a um ano de prisão, a 27 de janeiro de 2020, por “fraude” e “por “pôr em risco a segurança do Estado” no final de um julgamento iniciado em 2015. 

No julgamento, o historiador marroquino foi acusado de peculato na gestão de um centro que criara para promover, em particular, o jornalismo de investigação.

Os advogados de defesa e o comité de apoio ficaram então indignados com o facto de a sentença ter sido proferida na ausência do réu e sem convocar a defesa.

As autoridades judiciais marroquinas argumentam que Maati Monjib foi alvo de um “julgamento equitativo”.

Maati Monjib sofre de problemas cardíacos e de diabetes, problemas médicos que mencionou na sua página do Facebook quando anunciou, em novembro de 2020, que tinha sido infetado com o novo coronavírus.