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Mar 4, 2021 - 3 minute read

Graça Freitas ao JM: Confio nas autoridades de saúde e na sociedade da Madeira

A diretora-geral de Saúde acredita que a Região e os madeirenses têm feito o possível para travar o vírus. Graça Freitas escuda-se na autonomia para evitar comentários mais profundos e desvaloriza as discrepâncias diárias com os números das autoridades regionais e da DGS. Sendo a Madeira uma região turística, devem ser reforçadas as medidas de controlo à entrada de turistas?

Eu creio que não posso nem me devo pronunciar sobre uma medida que é da responsabilidade das autoridades de saúde da Madeira, que é uma Região Autónoma, que tem as suas próprias regras e os seus próprios mecanismos para proteger os seus residentes. Portanto, resta-me dizer que deposito confiança nas autoridades de saúde e na sociedade da Madeira, que farão sempre o que for melhor para a sua população. Devo deixar uma palavra de confiança na sua capacidade mas também na dos cidadãos, já agora, porque são responsáveis pela sua saúde.

Pelo que conhece das diferentes realidades do País, como classifica o trabalho feito na Madeira?

Tanto quanto eu sei, o trabalho feito na Madeira é meritório, foram sempre acompanhando a evolução da epidemia, tomaram as medidas que consideraram necessárias para a proteção da população, portanto, não tendo eu uma perceção em primeira mão, parece-me que a Madeira tem, de facto, feito o que podia para minimizar os efeitos da epidemia na sua população.

Todos os dias a DGS indica números da Madeira que raramente coincidem com os que são publicados pela Direção Regional de Saúde. Por que razão a DGS não alinha os dados com a Região?

Em relação aos números, obviamente que a Direção-Geral da Saúde apenas transmite os números que são reportados no sistema oficial de notificação, referentes às zero horas do período anterior, ou seja, do dia anterior. Portanto, são as notificações laboratoriais e as notificações médicas que contam para o sistema da Direção-Geral da Saúde.

A Madeira acolheu este ano três doentes do continente. Acha que essa situação poderá voltar a repetir-se?

O nosso desejo, não tendo eu a capacidade de adivinhar o futuro, é que faremos tudo para que não volte a acontecer uma situação em que temos de transferir doentes entre as regiões. Mas, se um dia acontecer, acho que isso faz parte da solidariedade existente no nosso país e que existe até entre países. Agora, o meu voto e meu desejo é que não voltemos a estar numa situação de ter de recorrer a estes mecanismos, porque é um mau indicador. Quer dizer que ocorreu uma subida epidémica.

As orquídeas, os sapatinhos e a casa de São Gonçalo

A mulher que há um ano é figura permanente nos jornais e telejornais de todo o País assume com orgulho as suas raízes madeirenses. Nesta entrevista, foi ela própria quem o recordou. E como são essas raízes? São ligações familiares. A diretora-geral de Saúde está ligada à Madeira por parte da avó materna, que era natural da Região. Essa ligação ficou para a vida. Ainda hoje, Graça Freitas recorda com carinho as suas passagens de infância na Madeira. Lembra-se da casa de São Gonçalo e tem referências muito atuais da Região. Segundo apurou o Jornal, ainda cá vivem uma tia e primos da diretora geral.

E foi na Madeira que desenvolveu uma relação que a acompanha até hoje: a paixão pelas orquídeas. Orquídeas e sapatinhos estão entre as suas plantas de eleição, como reconheceu em vários depoimentos públicos que ajudaram a escrever o perfil da mulher que se tornou figura permanente nos jornais e telejornais de todo o País. Talvez assim continue a entrar frequentemente da casa de São Gonçalo.