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Mar 17, 2021 - 3 minute read

“Gestão política está a falhar, está em fim de linha”, Élvio Sousa

Na onde de intervenções no plenário madeirense, seguiu-se Élvio Sousa, para abordar a saúde e as listas de espera que, nas suas palavras, continuam a aumentar.

  “Os dados estatísticos requeridos pelo JPP ao SESARAM, e não os números martelados do microsite, mostram a incapacidade do serviço para cumprir de forma cabal os direitos de acesso à saúde. Direitos estes, que vêm garantidos na Constituição da República Portuguesa, no Estatuto Político-administrativo e na carta dos direitos dos utentes”, disse.

“A lista de espera para a cirurgia aumentou, entre 2015 e 2019 mais de 5 mil doentes. Entre 2015 e 2019 - porque o Governo não disponibiliza dados mais recentes - houve um aumento de 5529 cirurgias em lista de espera. Isto é, passou-se de 14 936 para 20 465 cirurgias. Em relação às consultas de especialidade, durante o mesmo período, entraram mais 9 948 consultas para as listas de espera. O somatório das listas de espera para cirurgias, para exames de diagnóstico e para consultas de especialidade ultrapassam a mais de 100 mil referenciações. Uma lástima”, conforme explanou.

Neste caso, em particular, “toda a responsabilidade recai sobre os diversos governos PSD, e atualmente à nova amigação PSD/CDS. As listas de espera ultrapassam o que é clinicamente admitido como tempo máximo em espera, uma assimetria que prejudica os doentes”. Estes aumentos “carecem de reflexão profunda e de uma aferição séria das suas causas. É fundamental apurar responsabilidades, detetar os erros e procurar corrigi-los. Fora do “palácio” dourado recheado de nomeados que, agora o PSD e o CDS se cortejam, vivem cidadãos angustiados, desacreditados e abandonados, doentes que aguardam resposta há anos”.

“Por mais incrível que pareça”, disse Élvio Sousa, “a gestão política da Saúde, nega as constantes evidências, ignora a realidade, acelera a propaganda e refugia-se na retórica de que o Serviço Regional de Saúde está a fazer um bom trabalho. Torna-se evidente, que todos os profissionais de Saúde desejam empenhar-se para melhorar a prestação do serviço. Mas a gestão política está a falhar, está em fim de linha”. “Torna-se fundamental conquistar a confiança do utente. Empenhar-se ao máximo, no pleno respeito por todos aqueles que descontaram uma vida inteira”.

“Recordamos que uma comissão criada no âmbito do SESARAM, chefiada pelo Dr. Rui Alves elaborou, em 2015 (com a renovação em miragem) um relatório subordinado ao tema “Listas de Espera-Diagnóstico da Situação” (2015). Desse estudo, fizeram-se importantes conclusões”, passando a enumerar:

  • o tempo médio de espera por cirurgia no Serviço Regional de Saúde da Madeira é de 1100 dias (mais de 3 anos), quando no Serviço Nacional de Saúde oscila entre 80 e os 90 dias (3 meses) – segundo dados oficiais.

  • a existência de doença oncológica na lista de espera para cirurgia superior a 6 meses; para exames de follow-up de cirurgia oncológica superiores a 1 ano; descontrolo na gestão dos tempos de espera para inúmeras cirurgias e exames.

  • a existência de doença oncológica na lista de espera para cirurgia superior a 6 meses; para exames de follow-up de cirurgia oncológica superiores a 1 ano; descontrolo na gestão dos tempos de espera para inúmeras cirurgias e exames”.

Estas falhas crónicas do SRS impulsionaram, o Município de Santa Cruz a extrapolar as suas áreas diretas de intervenção e criar um regulamento de apoio à realização de pequenas cirurgias, que será alargado para apoiar nas consultas de especialidade e realização de exames. Isto sim, é promover a mudança na Vida das Pessoas. Mudanças que fazem a diferença”, disse ainda Élvio Sousa.

E “é fundamental que esta atitude parta do próprio Governo Regional: definir soluções para aumentar a produção cirúrgica no SESARAM. Mais cirurgias ao ano e abater a lista de espera”.