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Apr 7, 2021 - 2 minute read

Fim das moratórias gera dezenas de pedidos de ajuda

A Direção de Serviços do Consumidor (DSC) recebeu dezenas de pedidos de ajuda, nos últimos meses, por parte das famílias madeirenses que procuraram aconselhamento sobre o fim das moratórias. Em declarações ao JM-Madeira, Luísa Reinolds, diretora do Serviço de Defesa do Consumidor, diz que “os consumidores recorreram à DSC antes de acabarem as moratórias, com o propósito de se informarem previamente sobre o assunto, por forma a tomarem decisões mais conscientes para acautelarem o equilíbrio das suas finanças”.

Segunda a DSC, 27 famílias solicitaram ajuda com questões relacionadas com as moratórias privadas, promovidas pela Associação Portuguesa de Bancos (APB), pela Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC) e pela Associação Portuguesa de Leasing Factoring e Renting (ALF).

Estes pedidos de aconselhamento visavam assuntos ligados ao crédito ao consumo, nomeadamente, crédito pessoal, cartões de crédito e crédito automóvel.

No que diz respeito ao crédito à habitação, tanto nas moratórias privadas como nas públicas, 37 famílias solicitaram apoio ao Serviço de Defesa do Consumidor, “para esclarecimento de dúvidas suscitadas no âmbito dos próprios contratos, no que respeita essencialmente a carência de capital e de juros”. Luísa Reinolds acrescenta que, apesar do fim das moratórias privadas, ”nada impede os bancos de concederem voluntariamente novas carências ou deferimentos de capital”. “A perceção deste Serviço é a de que as instituições bancárias têm, desde o início da pandemia, sido sensíveis às dificuldades que as famílias atravessam e colaboram nesse sentido”, sublinha.

Ao nível nacional, a Deco – que não dispõe de dados para a Madeira – recebeu no último ano mais de 30 mil pedidos de ajuda financeira, muitos deles relacionados com moratórias que têm vindo a terminar desde setembro.

A Associação de Defesa do Consumidor apelou recentemente à Associação das Instituições de Crédito Especializado (ASFAC) e à Associação Portuguesa de Bancos (APB) que sejam mais sensíveis a este problema.

“Há necessidade de haver aqui uma maior abertura, por parte das instituições de crédito, nomeadamente quando o próprio consumidor, antevendo dificuldades, entra em contacto com as instituições”, afirmou Natália Nunes, do gabinete de proteção financeira da associação de defesa do consumidor, à imprensa nacional.