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Mar 31, 2021 - 2 minute read

“Estão à espera que aconteça uma desgraça”

” Estão à espera que aconteça uma desgraça para depois tomarem medidas. Até lá, é empurrar responsabilidades de um lado para outro”. A queixa e a revolta partem de Agostinho Gonçalves, administrador de um dos prédios do centro de Câmara de Lobos atingidos pelo mau tempo do passado sábado. O Edifício Cidade ficou inundado e há moradores que ainda não têm noção dos estragos. Cláudia Barros confessou ao JM que tem medo de acender as luzes ou de ligar alguma coisa à eletricidade, pois teme “apanhar um choque”. É que a água entrou de rompante no edifício, “uma autêntica ribeira que vem em cascata de 50 metros de comprimento, que desce sete andares pela escadaria e pelos elevadores”.
Foi assim no sábado, “é assim sempre que chove de forma mais intensa”, dizem os moradores e confirma Agostinho Gonçalves. Isto porque as adufas da Rua Dr. João Abel de Freitas – a estrada do antigo centro de saúde de Câmara de Lobos – entopem e “a água vem toda de cima para baixo”, invadindo o prédio e parando apenas na Rua Padre Eduardo Clemente Nunes Pereira. Agostinho Gonçalves revelou ao Jornal que “esta situação já motivou várias queixas à Câmara Municipal e à ARM”, sendo que a última foi feita na passada segunda-feira, “com os devidos levantamentos dos estragos”. Em novembro, a par destas entidades, diz o administrador do edifício que a queixa resvalou também para a EEM, “pois a água desce pelos postes de eletricidade, pela instalação elétrica e entra no prédio pela tubagem”. Após trabalhos de limpeza e de desobstrução das adufas, a autarquia prepara-se para tomar medidas em concreto, como confirmou o vereador Leonel Silva (Ver destaque ao lado). Os moradores estão indignados, pois ainda nem se refizeram do susto do passado fim de semana e já desesperam pelo aviso de mau tempo que está à espreita. “E com razão”, diz Agostinho Gonçalves, que afirma que “estão à espera que aconteça uma desgraça para depois tomarem medidas”. Como refere, “esta é uma situação que vem do exterior, tem a ver com as condutas de água, com as adufas que entopem. A Câmara sabe, a ARM sabe, e ninguém faz nada”. A situação é tão grave que “há seguradoras que já nem pegam, porque esta é uma zona de risco”.