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Apr 30, 2021 - 4 minute read

Escolas dão apoio extra aos alunos após ensino à distância​

As escolas da Região estão a desenvolver medidas de apoio aos alunos que apresentaram mais dificuldades nas aprendizagens do ensino à distância. Enquanto em alguns estabelecimentos de ensino é normal todos os anos haver um apoio extra no terceiro período, por causa da transição de ano escolar e, para muitos alunos, provas de aferição e exames nacionais, há escolas que reconhecem que o ensino online trouxe problemas acrescidos aos alunos e, como tal, têm procurado compensar os estudantes com mais tempo com os professores de determinadas disciplinas. A Escola Básica e Secundária Ângelo Augusto da Silva é um desses exemplos. Este ano procurou reforçar as tutorias, uma iniciativa que tem sido seguida noutros anos letivos, mas que, este ano, por causa dos efeitos da pandemia nas aprendizagens, está a ser intensificada. “Chegamos à conclusão que era mais proveitoso para o aluno que este, no horário da sua disciplina específica, com mais dificuldades, tenha professores destacados a lhes dar acompanhamento na turma, em contexto de sala de aula”.
Segundo Armando Barreiro, diretor da escola da Levada, há ainda situações em que, devido às maiores dificuldades de discentes, estes têm um apoio mais individualizado por um professor, em horas específicas. “Esta medida das tutorias tem ainda a vantagem de o aluno não ser sobrecarregado com horas extra de apoio, como antigamente estava institucionalizado na escola”. Reforço necessário O responsável não tem dúvidas de que muitos alunos precisam mais de apoio extra depois do ensino à distância. “Para os alunos com algumas dificuldades acrescidas, como também alunos com necessidades especiais, é necessário que façamos esse reforço”. Já para os alunos que vão a exames nacionais, a escola tem definido um grupo de docentes que dá apoio interdisciplinas. “É uma vantagem também para os alunos dos cursos profissionais que têm também disciplinas específicas em que terão aqui uma oportunidade de responder a disciplinas que não têm no próprio currículo”.
Apoio acrescido para exames No caso da Escola Secundária Francisco Franco, durante o ensino à distância, tudo foi feito no sentido de as aulas serem dadas “dentro da normalidade, não encurtámos o tempo de aulas e procurámos que os programas fossem lecionados como habitualmente”. António Pires lembrou que o facto de o ano letivo ter sido alargado vai permitir aos docentes reforçarem nas aprendizagens que não tenham sido devidamente assimiladas com o ensino online. “Para além disso, nesta fase final do ano, e como fazemos todos os anos, estamos a garantir que todos os alunos que vão a exames nacionais tenham um apoio acrescido nas disciplinas que escolheram para obterem bons resultados”. Já a Escola Secundária Jaime Moniz contemplou, ao longo do ano, os alunos com mais 50 minutos semanais na carga curricular, desta feita para as disciplinas que vão a exame nacional. Ressalvando que a medida não é nova, nem surgiu por causa da pandemia, a presidente do conselho executivo explicou que esse bloco horário está já a ser usado pelos professores para a preparação dos alunos que se inscreveram nos exames nacionais. Para além disso, “já temos programado, na semana que antecede os exames, oferecer aulas aos alunos nas disciplinas em que se inscreveram”, aproveitando também o prolongamento do ano letivo, adiantou Isabel Freitas. A diretora do Liceu lembrou ainda que, uma vez que o terceiro período do ano letivo anterior foi à distância, foi decidido pela escola que os professores já iriam, ao longo deste ano letivo, fazer revisão de conteúdos do ano anterior para preparar os alunos para os exames nacionais.
Dois docentes na sala A Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos do Estreito de Câmara de Lobos também tem procurado “fazer todo o possível” para ajudar alunos que possam ter sentido mais dificuldades com a aprendizagem online. António Mendonça, presidente do conselho executivo, referiu, contudo, que “não é uma situação dramática”. Isso porque, “como o ano letivo vai-se prolongar um pouco mais do que estava previsto, tudo o que houver para nós podermos recuperar, vamos aproveitar o mês de junho para o fazer”. Nuno Jardim, presidente do conselho executivo da Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos Dr. Eduardo Brazão de Castro, explicou ao JM que as tutorias, já existentes na escola, foram reforçadas após o regresso presencial, estando a trabalhar individualmente ou em pequenos grupos com alguns alunos. “Em algumas turmas, recorreu-se ao par pedagógico, ou seja, estão dois professores na sala de aula onde o apoio é mais individualizado e próximo”. De acordo com o responsável pela escola do Galeão, os docentes têm procurado minimizar as dificuldades inerentes ao ensino à distância por parte de alguns discentes.