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Mar 6, 2021 - 3 minute read

Engenharia reduz 2 terços da água necessária ao golfe do Santo da Serra

O presidente do Clube de Golf Santo da Serra (CGSS) e a empresa EletroFlow apresentaram na chuvosa manhã de ontem a solução de engenharia hidráulica que vai permitir uma poupança substancial e uma gestão mais eficaz da água necessária ao funcionamento do seu campo durante todo o ano. Trata-se de um investimento de 1,5 milhões de euros que já está em execução, num dos três campos de nove buracos no Santo da Serra, integralmente coberto pela indemnização já paga pelo Governo Regional da Madeira, fruto de vários incumprimentos oficiais ao longo de muitos anos que aceleraram o desgaste daquela infraestrutura desportiva.

“Atualmente necessitamos de 2.200 metros cúbicos de água por dia, com o novo sistema de rega automático basta-nos 750 metros cúbicos por dia”, revelou António Henriques, presidente da coletividade que gere o campo de golfe do Santo da Serra.

O empresário e golfista de longa data recordou que o sistema de rega ainda em uso no campo de golfe do Santo da Serra foi instalado durante os anos 80, pelo que se encontra num adiantado estado de degradação e com reduzida eficácia. Os estudos entretanto efetuados permitiram quantificar o elevado consumo de água, forçando a procura de soluções mais adequadas e tecnologicamente adaptadas aos nossos dias.

“Uma solução mais inteligente e eficiente, para além de assegurar uma redução significativa das áreas atuais relvadas regadas, não essenciais”, pormenorizou António Henriques.

ElectroFlow na vanguarda

O CGSS lançou um concurso público, ao qual concorreram cinco empresas especialistas nas áreas de campos de golfe e sistemas de rega, tendo a direção do clube adjudicado à ElectroFlow, especialista em engenharia hidráulica. Para a execução do projeto, a empresa madeirense conta com a multinacional Toro.

A apresentação do novo sistema da Electroflow foi feita pelo próprio responsável pela empresa, Gervásio Fernandes. Trata-se de um sistema de telegestão integrada que será pioneiro na gestão de hidráulica em campos de golfe. “Esta telegestão irá permitir uma monitorização em tempo real de toda a ramagem do sistema”, adiantou o técnico.

“Em caso de qualquer fuga, irá indicar a localização exata, evitando deste modo perdas de água. O sistema de telegestão também tem sensores de humidade inteligentes, capazes de detetar a necessidade ou não de rega em determinadas zonas relvadas do campo”.

O projeto global do campo de golfe do Santo da Serra conta com a colaboração da empresa pública ARM -Águas e Resíduos da Madeira para a reabilitação das quatro lagoas existentes no local. Através da captação de forma natural das águas pluviais e da criação de um sistema de interligação entre as mesmas, vai permitir a utilização dessa mesma água na rega do campo quando necessário e reforçar a água disponível para regadio da zona de Água de Pena – revelou António Henriques, enaltecendo o papel desenvolvido pelos técnicos da ARM e a contrapartida da cedência do remanescente da água armazenada para benefício direto dos agricultores.O CGSS calcula que a capacidade instalada das lagoas seja na ordem dos 40 mil metros cúbicos, volume que deverá reforçar a capacidade de armazenamento do sistema da Lagoa do Santo.

“O campo de golfe vai ser praticamente autónomo”, exalta o presidente António Henriques. “Dependemos da chuva que cair, mas vamos recolher toda a água possível. Isto não é feito em nenhum campo de golfe do País, vamos ter capacidade de armazenamento e uma reserva que dará para um mês e meio de rega dos nossos campos. Este é um bom exemplo para outros campos de golfe em Portugal e é criação de uma empresa madeirense”.