Depois do Centro e de Lisboa, a Madeira foi, entre 2016 e 2018, a terceira Região NUTS II - nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos – com o mais elevado valor em inovação, com um investimento de 26,9 milhões de euros. Neste período, 33,5% do total de empresas com sede no arquipélago com 10 ou mais pessoas ao serviço tiveram algum tipo de atividade de inovação, geradora de despesa. Entre elas, atividades de inovação de produto ou processo completas, atividades de inovação abandonadas ou atividades de investigação e desenvolvimento (I&D) desenvolvidas internamente. Esta percentagem foi superior à do País no global.

Só a região Centro, com 34,7%, e a Área Metropolitana de Lisboa, com 34,3%, se posicionaram à frente da Madeira, entre as sete regiões com o valor mais elevado.

Os dados a que o JM-Madeira teve acesso são hoje divulgados, pela primeira vez, pela Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM) e têm por base indicadores recolhidos no Inquérito Comunitário à Inovação (CIS).

A informação resulta de uma parceria entre o Instituto Nacional de Estatística (INE) e a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), tendo sido recolhida no 2.º semestre de 2019, em todo o território português. No caso da Região, a coordenação da operação ficou a cargo da DREM. O inquérito foi realizado junto de 467 empresas com sede na Região. Foram obtidas 462 respostas, que corresponderam a uma taxa de resposta de 99,6%.

De acordo com esta averiguação, entre 2016 e 2018, 26,1% das empresas madeirenses desenvolveram inovação de produto e 30,6% introduziram inovação de processo. Destas, 3,3% das tiveram atividades de &D desenvolvidas internamente contra 7,5% no todo do País. 7,8% das empresas com sede na Região declararam ainda ter atividades de inovação em curso, percentagem inferior à verificada ao nível nacional (10,1%).

26,9 milhões em inovação

Em 2018, a despesa total com atividades de inovação realizada pelas empresas da Madeira fixou-se nos 26,9 milhões de euros, o que representa 1,0% do total apurado para o todo do País (2.598,6 milhões de euros).

Deste montante, 43,4% corresponderam a outras despesas de inovação (11,7 milhões de euros), 31,4% a despesas com I&D intramuros (8,4 milhões de euros) e 25,3% a despesas com atividades de I&D extramuros (6,8 milhões de euros), de acordo com os dados divulgados pela DREM.

6,8% do volume de negócios

Em 2018, 6,8% do volume de negócios das empresas madeirenses adveio da introdução de produtos novos ou melhorados no mercado: 4,7% da introdução de produtos novos para a empresa e 2,0% da introdução de produtos novos para o mercado. Estas percentagens foram inferiores às registadas no País (11,2%, 7,0% e 4,2%, pela mesma ordem).

Segundo a DREM, todas as regiões apresentaram percentagens mais elevadas de empresas cuja inovação de produto foi realizada pela própria empresa. A Madeira não foi exceção numa proporção ascendeu a 17,5%, acima da média nacional (16,6%). “8,2% das empresas da Região realizaram inovação de produto em cooperação com outras empresas ou organizações (7,9% no País), enquanto no caso de 5,7% a inovação de produto passou pela adaptação de processos desenvolvidos originalmente por outras empresas ou organizações e para 3,3% das empresas, a inovação de produto foi desenvolvida por outras empresas ou organizações”, refere a Direção Regional de Estatística. No que respeita à inovação de processo, 20,5% das empresas da Região foram responsáveis pela própria inovação e 9,6% realizaram a inovação de processo em cooperação com outras empresas ou organizações.