madeira news

Mar 12, 2021 - 2 minute read

Discrepância de dados da DGS influenciam totais nacionais

Numa altura em que Portugal se prepara para o desconfinamento, há dados que merecem uma atenção especial e que, para já, não reúnem consenso por parte das entidades de saúde, cientistas, investigadores e decisores políticos, sob pena de o País voltar a cometer os erros do passado. É certo que há muito que os dados da pandemia reportados diariamente pela Direção-Geral de Saúde (DGS) não batem certo com os divulgados pela Direção Regional de Saúde (DRS), facto que levou a entidade de saúde regional a emitir por diversas vezes esclarecimentos a afirmar que os números “fidedignos” são os reportados diariamente pela DRS “de forma clara, segura e transparente”.

Numa semana em que o País renovou o estado de emergência e em que o Governo nacional apresentou o plano nacional de reabertura - e após um ano a viver uma nova realidade pandémica provocada pelo novo coronavírus - uma correção de dados na Madeira tem estado a influenciar os totais nacionais.

Esta correção dos casos reportados na Madeira no sistema nacional de vigilância (SINAVE), de onde são extraídos os dados para os boletins da DGS, fez aumentar o total de casos reportados ao nível nacional mais do que aconteceu na realidade.

Os dados indicam que o RT em Portugal é o mais baixo da Europa e dos mais baixos do mundo. Rui Rio foi o primeiro a lançar a dúvida, à saída da reunião com o Presidente da República na passada terça-feira, a alertar que o RT já está acima de 0,9. Cálculo feito pelo INSA, o organismo que faz a avaliação deste indicador para o Governo não o coloca tão elevado.

No entanto, as discrepâncias, para as entidades nacionais, estão relacionadas com a atualização dos dados da Região Autónoma da Madeira. Facto que levou ontem o presidente do Governo Regional a sugerir à ministra da Saúde que os “números da Madeira e dos Açores - porque também acontece com os Açores - deixassem de ser dados pela DGSl”.

“Não tem nenhum sentido porque tira credibilidade à própria instituição e aos próprios organismos de saúde”, afirmou Miguel Albuquerque, que refere ainda que “eu não consigo perceber - se calhar sou pouco inteligente - como chegam àqueles números", acrescentou.

A situação, continuou, “afeta a imagem da Madeira”, porque transmite a ideia de que “está tudo de pernas para o ar” na Região.