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Apr 11, 2021 - 3 minute read

Departamento de Português da UCV aposta na educação apesar da falta de apoio

Com quase três décadas de serviço, este pilar educacional para a divulgação da Língua de Camões encontra-se num momento crítico. Falta apoio do Estado, os alunos e professores não têm meios de adaptação às aulas online e faltam de recursos educacionais. A educação na Venezuela teve de mudar o seu esquema tradicional de atividades devido à pandemia e, como todas as instituições do país, o Departamento de Português da Universidade Central da Venezuela não escapa a este acontecimento. Desde a chegada da covid-19 em 2020, o centro educacional teve que interromper as atividades e avaliar novos sistemas para dar continuidade à educação dos alunos. Ao contrário de outros centros educacionais, a Universidade Central da Venezuela, por ser uma casa pública de estudos, carece de recursos pedagógicos por falta de receitas monetárias, algo que as universidades privadas têm graças às mensalidades pagas pelos alunos e contribuições de doadores. Em conversa com o Coordenador do Departamento de Português da Escola de Línguas Modernas, foi possível constatar os vários desafios que este centro de formação tem enfrentado. Atingido pela quarentena “O Departamento de Português, como todo o país, foi duramente atingido pelo período de quarentena. No início ficámos paralisados, não podíamos reagir, porque a universidade suspendeu todas as atividades presenciais e não tínhamos um plano B. O nosso regime era anual e absolutamente presencial”, destacou Tovar. Por sua vez, Digna relata as dificuldades vivenciadas pelo corpo docente e discente, tendo em vista que grande parte deles carecem dos recursos necessários para poderem assistir às aulas à distância. “Nós professores continuamos no bom e no mau, mas não tem sido fácil. A diretriz do conselho escolar era manter o contacto online com os alunos, planear uma atividade semanal para manter os grupos ativos e fizemos isso até dezembro, porém o grupo de alunos que consegue se conectar facilmente é limitado” Uma mudança necessária Apesar de ter passado um ano desde o início da quarentena, o Departamento de Português procura continuar a unir esforços para proporcionar a melhor educação possível com os recursos ao seu alcance. Apenas um mês após o retorno às aulas presenciais, dadas as estipulações do governo venezuelano, a instabilidade ainda reina na Universidade Central. No entanto, a universidade continua a apostar na educação do país, pelo que uma disciplina eletiva de literatura africana de expressão portuguesa é lecionada na oferta académica da Escola de Letras, disponível para alunos de licenciatura e pós-graduação da Faculdade de Letras e Educação. Esta disciplina nasceu como forma de divulgação e promoção da literatura escrita em língua portuguesa. O corpo docente procura trabalhar três períodos letivos na modalidade online, através de aulas assíncronas e uma aula presencial para responder às inquietações dos alunos e potenciar a interação. Paralelamente, oferecem aulas línguas (inclusive de português) ao público online. FOTO JAOANA SOUSA