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Mar 20, 2021 - 3 minute read

Decisão britânica gera esperança na comunidade

O Reino Unido retirou Portugal da lista negra de viagens. A decisão facilita a mobilidade entre os dois países e abriu uma janela de esperança para os emigrantes madeirenses. A Madeira foi removida da lista negra de Inglaterra na passada segunda-feira. A medida apenas abrange viagens por razões profissionais e familiares. Ainda assim, o sentimento entre os emigrantes madeirense é bastante positivo. “[A decisão] tem influência para nós todos, dá-nos esperança de podermos voltar à Madeira e continuarmos a seguir as nossas vidas”, descreveu inicialmente Adriano Viveiros, empresário em terras de sua majestade. O emigrante acrescenta que por ele e por variados compatriotas que residem em território britânico, o objetivo é visitar a terra, seja por lazer ou negócios. Boa notícia “Neste momento necessitava bastante de estar aí [Madeira]. Claro que é sempre uma mais-valia, acaba por ser uma boa notícia”, regozijou-se. “Fui impedido de viajar devido a esta situação. Tenho alguns investimentos na Região e esta medida impediu-me de ir assinar escrituras, documentos, tive de fazer tudo online e claro que não é a mesma coisa. Acompanho um projeto de que sou sócio só através de fotos”, lamentou. Assim que possível, Adriano Viveiros vai voltar à sua terra. “Tenho amigos meus que ainda estão aí [Madeira] desde o Natal e que não regressaram, como também há outros que vieram cá passar o Natal com a família e não conseguiram voltar”, concluiu. Cristina Correia, consultora madeirense na capital britânica, é outra das vozes de agrado após a decisão do Reino Unido. A madeirense defendeu uma medida que acabou por ser necessária. “É sempre um constrangimento quando existem estas medidas drásticas, o corte de fronteiras, esta limitação em termos de mobilidade entre países. Isso teve uma razão que é muito pertinente e séria, que é o vírus”, descreveu. “O Reino Unido teve números bastante altos em termos de pessoas contaminadas e continua a ter – andamos à volta das 5.000 pessoas infetadas diariamente - apesar de as mortes terem reduzido drasticamente após a vacinação massiva que o Reino Unido tem feito”, enalteceu. Para Cristina Correia, o medo existe em ambas as partes, mas a ligação de Portugal com o Brasil “preocupava o Reino Unido para disseminar a variante vinda do Brasil”. “Nós por sermos portugueses a viver no Reino Unido vemos com muito agrado esta abertura das fronteiras porque sentimos que se houver necessidade de irmos até Portugal não temos um constrangimento, não temos de fazer prova de que temos de ir e viajar”, realçou. A consultora recorda a petição lançada neste mesmo sentido. “A petição correu muito bem e o Governo inglês soube fazer uma boa avaliação de todas as razões que estavam a ser expostas e concluiu que não existia mais essa necessidade de Portugal continuar preso a uma lista de países em situações completamente diferentes”, concluiu a madeirense visivelmente agradada. Janela de oportunidades Para Cristina Correia, consultora madeirense em Londres, esta abertura também deve ser olhada como uma janela de oportunidade para o verão. “Acho que isto abre uma janela de oportunidades para Portugal para o verão. Os ingleses gostam muito de viajar, têm uma necessidade extrema de se deslocarem porque a Grã-Bretanha é uma ilha e os ingleses sentem que têm de sair e têm poder económico para o fazer. Depois de tanto tempo confinados, e nós há mais de um ano que sentimos a nossa liberdade restringida de alguma forma, existe esta vontade de desta vez vamos”, esclareceu. Segundo a mesma, é importante que “Portugal esteja nessa lista de possibilidades para que os ingleses possam visitar o País porque o Reino Unido vê com muito carinho Portugal. Os destinos de sol em Portugal são muito apreciados pelos ingleses e seria uma pena Portugal não estar nesta lista de possibilidades”.