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Feb 10, 2021 - 3 minute read

Covid-19: Portugal representa UE e defende justiça social em comissão da ONU

A ministra portuguesa do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, defendeu ontem, em nome da União Europeia, a justiça social como leme para a recuperação da pandemia, numa declaração para a Organização das Nações Unidas (ONU). Portugal representou esta terça-feira a UE numa declaração para a Comissão do Desenvolvimento Social da ONU e defendeu a “justiça social” como chave para ultrapassar a crise provocada pela pandemia de covid-19.

Ana Mendes Godinho sublinhou a necessidade de assegurar uma “transição justa” e “inclusiva” em áreas como neutralidade climática, digitalização ou adaptação às mudanças demográficas, com “sistemas de proteção social adequados”.

Segundo a ministra portuguesa, países como Macedónia, Montenegro, Sérvia, Albânia, Bósnia, Ucrânia, Moldávia e Geórgia apoiaram a declaração da União Europeia, apresentada por Portugal.

Nesta declaração durante a 59.ª sessão da Comissão do Desenvolvimento Social da ONU, Ana Mendes Godinho afirmou que a União Europeia está a implementar o pacote de resposta à covid-19 denominado “Team Europe” ou Equipa Europa, com que se pretende “apoiar países parceiros no combate à pandemia e na mitigação dos efeitos sociais e económicos da crise”.

“A resposta da UE visa dar prioridade ao emprego, reduzir as desigualdades e garantir a igualdade de oportunidades, salários e condições de trabalho dignos para todos”, disse a antiga secretária de Estado do Turismo.

A ministra portuguesa falou da necessidade de tecnologias digitais como meio indispensável para a realização de atividades do dia-a-dia, como estudos escolares, negócios ou trabalho e chamou atenção para a “divisão digital” que se pode encontrar “entre pessoas jovens e mais velhas, entre países industrializados e países em desenvolvimento ou entre áreas rurais e urbanas”.

“As tecnologias digitais devem ter um lugar de destaque nas estratégias de recuperação”, defendeu, acrescentando que os investimentos na economia digital podem ser benéficos na abordagem dos riscos climáticos.

As transições digital e climática devem ser inclusivas e acessíveis para pessoas com deficiência, defendeu a jurista portuguesa, sendo que “a digitalização oferece às pessoas com deficiência grandes oportunidades de participação na sociedade”.

Segundo a ministra portuguesa, a União Europeia está a avaliar medidas relacionadas com a “transparência salarial, violência baseada no género e violência doméstica”.

Os efeitos da pandemia têm especial impacto nos jovens, que encontram mais dificuldades de se colocar no mercado de trabalho e têm “resultados de emprego substancialmente mais fracos”, defendeu Ana Mendes Godinho.

A governante destacou o compromisso da União Europeia no programa “Youth Guarantee” (Garantia para a Juventude) e nas oportunidades aos jovens de “emprego, aprendizagem, treinamento ou formação em linha com a transição verde e digital”.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.331.772 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito hoje pela agência francesa AFP.