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Apr 23, 2021 - 3 minute read

Covid-19: Portugal pode reduzir para os 60 casos por 100 mil habitantes dentro de um a dois meses

Portugal pode atingir os 60 casos de covid-19 por 100 mil habitantes dentro de “um a dois meses”, metade do limite de 120 estipulado no plano de desconfinamento, indica o relatório das “linhas vermelhas” da pandemia. “Considerando o valor de Rt [índice de transmissibilidade] médio dos últimos cinco dias, que indica uma tendência decrescente, poderá atingir-se a incidência de 60 casos por 100 mil habitantes no prazo de um a dois meses”, estimam os dados hoje divulgados pela Direção-Geral da Saúde e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

O Rt - indicador que estima o número de casos secundários de covid-19 resultantes de uma pessoa infetada - apresenta valores inferiores a 1 a nível nacional (0,98) e nas várias regiões do continente, com exceção do Norte (1,07).

Segundo relatório da “monitorização das linhas vermelhas para a covid-19”, o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes acumulado nos últimos 14 dias foi de 74, com “tendência estável a nível nacional”.

A incidência mais elevada de novos casos foi registada no grupo etário dos 30 a 35 anos, com 122 casos por 100 mil habitantes, enquanto a mais baixa verificou-se entre as pessoas com mais 85 anos, faixa que apresentou 36 casos por 100 mil habitantes, o que “reflete um risco de infeção muito inferior ao risco da população em geral”.

Estes indicadores – o índice de transmissibilidade do vírus e a taxa de incidência de novos casos de covid-19 – são os dois critérios definidos pelo Governo para a avaliação continua que está a ser feita do processo de desconfinamento que se iniciou a 15 de março.

A DGS e o INSA indicam ainda que o número diário de pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos do continente revela também uma “tendência ligeiramente decrescente a estável”, encontrando-se abaixo do valor crítico definido de 245 camas ocupadas.

A 21 de abril estavam internados em cuidados intensivos 104 doentes por covid-19 e hoje estão 98.

Relativamente à testagem a nível nacional, a proporção de positivos para SARS-CoV-2 foi de 1,3%, valor que se “mantém abaixo do objetivo definido de 4%”.

“Observou-se um aumento do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias”, que ascendeu a um total de 365.241, refere o mesmo relatório, que avança que, na última semana, “todos os casos de infeção foram isolados em menos de 24 horas após a notificação e foram rastreados e isolados 89,3% dos seus contactos”.

 Já no que se refere às variantes do novo coronavírus, os dados do INSA e da DGS estimam que a variante associada ao Reino Unido tenha sido responsável por 82,9% dos casos de covid-19 registados em março Portugal.

Foram identificados 54 casos da variante B.1.351 (associada à África do Sul), cuja prevalência estimada em março, com base na sequenciação, foi de 2,5%, e foram confirmados outros 29 casos da variante identificada como de Manaus, no Brasil.

 “A análise global dos diversos indicadores sugere uma situação epidemiológica com transmissão comunitária de moderada intensidade e reduzida pressão nos serviços de saúde”, concluem as duas entidades.