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Apr 9, 2021 - 4 minute read

Covid-19: Governo açoriano admite apoio específico para alunos dos 1.º, 2.º, 11.º e 12.º anos

O Governo Regional dos Açores admite a criação de apoios específicos para alunos dos 11.º e 12.º anos, mas também de 1.º e 2.º anos, que têm “grandes dificuldades no domínio específico da leitura” devido ao ensino à distância. O apoio aos alunos dos últimos anos de ensino obrigatório, que terão de fazer exames nacionais, é “uma preocupação, assim como também os alunos dos 1.º e 2.º anos de escolaridade”, afirmou hoje a secretária regional da Educação dos Açores, Sofia Ribeiro, que revelou estar a dar especial atenção aos “extremos do ensino”.

A governante, que falava em Ponta Delgada, durante uma conferência de imprensa sobre a avaliação ao programa educativo ProSucesso, revelou que os professores da região têm dado conta de que os alunos dos primeiros dois anos de escolaridade estão a revelar “grandes dificuldades no domínio específico da leitura”.

“Estamos, neste momento, a trabalhar em articulação com Secretaria Regional da Saúde e do Desporto para podermos implementar medidas de apoio, até presencial, destinadas a estes alunos”, adiantou.

Com o encerramento de todas as escolas de São Miguel durante a próxima semana devido à pandemia de covid-19, estão suspensos os programas de apoio presencial que já estavam em vigor, nomeadamente o Programa Especial de Acompanhamento Educativo que decorria no concelho da Ribeira Grande.

Mas, segundo Sofia Ribeiro, a tutela já se está a preparar para, “na eventualidade de ser necessário prosseguir com ensino à distância em algumas escolas”, poder “ativar um programa específico mais orientado para esses dois extremos”.

A secretária regional disse ainda não ver necessidade de estender o período letivo para os 11.º e 12.º anos, já que, “a partir do momento em que cessa o ano letivo, os professores continuam a dar apoio aos alunos na preparação específica para o exame”.

Sofia Ribeiro admitiu, no entanto, “a possibilidade de estender a última semana de aulas para o 9.º ano”, que, geralmente, termina as aulas uma semana mais cedo, para preparação para os exames nacionais, que, este ano, foram cancelados.

O Governo Regional dos Açores determinou na quinta-feira que todas as escolas da ilha de São Miguel estarão em regime de ensino à distância durante a próxima semana devido à pandemia de covid-19.

“São 33 freguesias com casos [de covid-19]. São Miguel, se fizermos uma avaliação de risco por ilha, está no limiar do alto risco”, explicou o secretário regional da Saúde e do Desporto, Clélio Meneses

O governante justificou ainda a adoção do ensino à distância com a “natureza da nova estirpe inglesa, pelo seu grau de transmissibilidade e pela forma como afeta as faixas etárias mais jovens”.

As escolas da ilha de São Miguel já tinham entrado em regime de ensino à distância na semana anterior ao período de férias de Páscoa, que termina na sexta-feira.

Em São Miguel, os concelhos do Nordeste e Vila Franca do Campo estão em alto risco de transmissão e Ponta Delgada baixou de médio alto para médio risco.

Tendo em conta o número de contágios, Ribeira Grande e Lagoa estariam em baixo risco e o concelho da Povoação em muito baixo risco, mas, como um terço dos concelhos da ilha está em alto risco, o executivo elevou-os para médio risco.

Existem cinco níveis de risco: muito baixo (menos de 25 casos por 100 mil habitantes), baixo (entre 25 e 49 casos por 100 mil habitantes), médio (entre 50 a 74 casos por 100 mil habitantes), médio alto (entre 75 e 99 casos por 100 mil habitantes) e alto (mais de 100 casos por 100 mil habitantes).

Os Açores têm atualmente 208 casos ativos de covid-19, sendo 207 em São Miguel (81 no concelho de Ponta Delgada, 66 em Vila Franca do Campo, 38 no concelho do Nordeste, 12 na Ribeira Grande, nove no concelho da Lagoa e um no concelho da Povoação) e um em Santa Maria, na freguesia de Santa Bárbara, do concelho de Vila do Porto. 

Desde o início da pandemia foram diagnosticados 4.355 casos positivos de covid-19 nos Açores, tendo recuperado da doença 4.009 pessoas. Foram ainda reportadas desde março de 2020, 30 mortes na região associadas à doença.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.903.907 mortos no mundo, resultantes de mais de 133,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.904 pessoas dos 826.327 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.