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Mar 15, 2021 - 4 minute read

Covid-19: Açores estimam receber 40.000 doses de vacinas em abril

Os Açores estimam receber cerca de 40.000 doses de vacinas contra a covid-19 em abril, número que permitirá concluir a primeira fase do plano regional de vacinação dentro do prazo inicialmente previsto, adiantou hoje o secretário da Saúde. “Aquelas que eram para chegar em março, está previsto que cheguem em abril, por isso, em abril, chegam cerca de 40 mil. A cumprir-se o que está determinado, conseguiremos concluir a primeira fase de vacinação no final de abril, mas isso tudo depende das vacinas chegarem aos Açores”, afirmou o secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses.

O governante falava, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita ao centro de vacinação contra a covid-19 de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, o quarto a ser criado na região, depois de Vila do Corvo, Horta e Ponta Delgada.

Segundo Clélio Meneses, até às 12:00 de hoje tinham sido vacinadas contra a covid-19, nos Açores, 19.106 pessoas, das quais 11.616 já com duas doses.

Hoje chegaram à região mais 5.850 doses da vacina da Pfizer, mas estava previsto que fosse entregue o dobro.

“Não tem chegado nem no tempo, nem na quantidade que era prevista inicialmente. Tem havido algum tipo de acerto, mas continua a ser menos do que aquilo que entendíamos”, frisou o secretário regional.

O plano regional de vacinação contra a covid-19 dos Açores prevê que a primeira fase esteja concluída até abril, o que será possível, segundo o governante, com a chegada das 40.000 doses da vacina da Pfizer previstas.

Clélio Meneses admitiu que o atraso é “transversal aos vários países da Europa”, mas alertou para a necessidade de acelerar o processo de vacinação nos Açores, face às características da região.

“O que temos tentado demonstrar é a necessidade efetiva de vacinar uma população com as características arquipelágicas dos Açores, com nove ilhas, onde apenas três têm hospital, onde há cuidados de saúde exíguos e onde muitas delas ficam isoladas, para além da geografia, pelo próprio clima nalguns dias do ano e que torna mais exigente todo o processo de cuidados de saúde”, frisou.

No dia em que se assinalou um ano do primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus identificado nos Açores, Clélio Meneses defendeu que a situação epidemiológica na região está, neste momento, “controlada” em quase todas as ilhas.

“Temos a situação controlada em oito ilhas, praticamente sem casos, e temos um problema em São Miguel, decorrente da nova estirpe, que estamos a controlar e a acompanhar, de forma a que tudo passe o mais depressa possível”, apontou.

Há casos da estirpe britânica identificados em três concelhos da ilha de São Miguel, o que levou o executivo açoriano a reforçar a testagem.

“O que estamos a concluir é que estas cadeias que estão ativas neste momento em São Miguel são da nova estirpe, o que exige maior controlo. E esse controlo tem sido feito através da testagem. Antes testava-se de imediato os contactos de alto risco, estamos agora a testar os contactos de alto risco, de baixo risco, de primeira e de segunda linha para, de uma forma rápida e eficaz, irmos logo ao centro do problema, para evitar a propagação da pandemia”, salientou.

O rastreio às escolas, que inclui testes a professores, auxiliares e alunos, já permitiu identificar novos casos em Rabo de Peixe e Arrifes e vai prosseguir na ilha de São Miguel, com prioridade para as zonas “mais preocupantes”.

“A seguir temos a Lagoa, que é um concelho onde também temos muita preocupação. Vão ser as próximas escolas a ser testadas”, adiantou Clélio Meneses.

O governante defendeu que as medidas adotadas pelo novo executivo açoriano, da coligação PSD-CDS-PPM, que tomou posse em novembro de 2020, estão a dar resultados.

“Quando a nível nacional se fala em testagem massiva e em testagem em escolas, já o fizemos em dezembro. Quando a nível nacional se começa a prever um plano de desconfinamento, já o começámos a fazer em janeiro. As medidas que fomos tomando, pelos resultados que temos, foram as adequadas e são tão adequadas que outros a outro nível já as replicam”, frisou.

Os Açores contam atualmente com 100 casos positivos ativos, dos quais 96 em São Miguel, dois na Terceira e dois no Pico.

Há um ano surgia na Terceira o primeiro caso positivo de covid-19 nos Açores e até hoje já foram diagnosticados na região 4.004 casos, 3.768 recuperações e 29 óbitos.