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May 4, 2021 - 3 minute read

Corrida à Câmara do Porto Santo mantém tudo por decidir

Por Agostinho Silva

O futuro presidente da Câmara Municipal do Porto Santo será o social-democrata Nuno Batista ou o socialista Miguel Brito. Segundo a sondagem da Intercampus, encomendada pelo JM e a rádio 88.8, atualmente há uma diferença de apenas 1,3% entre os dois principais candidatos, pelo que nada está decidido na ilha dourada. Na terceira posição surge o candidato independente Luís Bettencourt, com 14,4% das intenções de voto, mas com uma larga margem de progressão, se conseguir convencer a larga faixa de indecisos no Porto Santo.
De salientar que o estudo de opinião decorreu no Porto Santo, de forma presencial, entre os dias 15 e 23 de abril, precisamente na semana a seguir ao anúncio do nome de Nuno Batista como cabeça-de-lista da coligação PSD/CDS. “Nada está decidido no concelho de Porto Santo”, salienta a Intercampus na análise aos resultados. Segundo a análise da Intercampus, empresa de estudos de opinião dirigida por António Salvador, quando se analisa os resultados da intenção de voto nas próximas eleições autárquicas no Porto Santo, encontramos “uma margem não muito elevada de abstencionistas declarados”, de cerca de 16%. “É certo que não serão apenas estes os futuros abstencionistas e parte dos indecisos continuará a sê-lo até ao dia da eleição, transformando-se em abstencionistas”, adverte a Intercampus. “No entanto, a principal conclusão deste inquérito é a bipolaridade manifestada entre a coligação PSD/CDS e o PS, embora com alguma proximidade do movimento UNE (Uma Nova Esperança)”. Como se pode constatar através dos resultados publicados, o candidato da coligação PSD/CDS obtém 26,4% das intenções de voto se não contarmos com os abstencionistas; se retirarmos os indecisos a percentagem sobe para 31,9%. Feita a devida projeção, a percentagem mais realista para Nuno Batista são os 22,3% das intenções de voto. No caso do candidato socialista, fora os abstencionistas, há 24,9% de porto-santenses dispostos a entregar-lhe o voto; sem indecisos, a percentagem sobe para 31%, mas após a projeção desses dados o valor de Miguel Brito fixa-se nos 21%, apenas 1,3 abaixo do seu principal adversário.
Se analisarmos a aceitação do candidato independente do UNE pelo mesmo critério, Luís Bettencourt atinge a percentagem ponderada de 14,4%. Sem abstencionistas vale 17% e sem indecisos sobe para 20,6%. “A percentagem de indecisos cobre facilmente a diferença entre a coligação PSD/CDS e o PS”, destaca a Intercampus na análise à sondagem. O mesmo intervalo de indecisos também “permite considerar a possibilidade da aproximação do movimento UNE – Uma Nova Esperança, sem dúvida menos conhecido do que os partidos referidos nesta altura, mas que poderá conquistar indecisos se começar a aumentar a sua notoriedade”. Quando se anulam os indecisos, ressalva a Intercampus, obtemos uma “projeção que parte do pressuposto de os indecisos votarem com a mesma distribuição de votos dos restantes, o que poderá não ser necessariamente verdade”. Assim sendo, as estimativas sem indecisos “devem ser analisadas com todo o cuidado”, pois elas servem sobretudo para comparar resultados de sondagens com percentagens de indecisos diferentes. “Logo, o resultado mais fiel é o que contém os indecisos”, destaca a empresa de estudos de mercado.