madeira news

Apr 29, 2021 - 3 minute read

Comunidade dividida com ação do ministro

Após a morte de Aristóbulo Istúriz, ministro da Educação e vice-presidente para o Socialismo Social e Territorial, o governante venezuelano é recordado entre elogios e críticas pela comunidade portuguesa. O ministro da Educação e vice-presidente para o Socialismo Social e Territorial venezuelano, Aristóbulo Istúriz, morreu ontem em Caracas, aos 74 anos de idade, anunciou a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez. “É com grande pesar que lamentamos informar a partida do nosso ‘profe’ [professor] Aristóbulo Istúriz, combatente desta pátria à qual dedicou a sua vida”, escreveu a governante na rede social Twitter. Na sequência deste anúncio, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, lamentou a morte do ministro. “Sinto uma grande dor pela partida de um autêntico revolucionário, um dos imprescindíveis no labor de construir uma Pátria boa. Aristóbulo, o ‘profe’ de tantas gerações e guia permanente dos revolucionários. Os meus pêsames e um abraço de fortaleza à sua família”, escreveu Maduro na mesma rede social. Aristóbulo Istúriz era um conhecido político do Governo de Nicolás Maduro e foi também um dirigente político muito próximo do falecido líder socialista Hugo Chávez (que presidiu o país entre 1999 e 2013). Entre 6 de janeiro de 2016 e 4 de janeiro de 2017 foi vice-Presidente da Venezuela. Natural de Curiepe, 125 quilómetros a leste de Caracas, foi vice-presidente da Assembleia Constituinte da Venezuela entre 27 de outubro de 2017 e 4 de janeiro de 2018, quando passou a desempenhar o cargo de ministro para as Comunas e Movimentos Sociais. Entre 2012 e 2016 foi governador do estado de Anzoátegui, 520 quilómetros a sudeste de Caracas, onde em várias oportunidades defendeu uma maior participação da comunidade portuguesa local em projetos de construção civil, agroindústria, agroalimentar e turismo. Discórdia na comunidade Apesar disso, e conforme foi possível testemunhar pelo JM nas redes sociais, Aristóbulo Istúriz não reunia grande consenso no seio da comunidade portuguesa. O ministro era ligado a alguns portuguesas mas, na grande maioria, não reunia grande apoio junto da comunidade portuguesa na Venezuela. Entre 1993 e 1996 foi deputado do Congresso da Venezuela (agora Assembleia Nacional) e entre 2001 e 2007 foi presidente da Câmara Municipal de Libertador, o maior município do Distrito Capital. Entre 2011 e 2012 foi vice-presidente da Assembleia Nacional. Em setembro de 2017 o Canadá anunciou sanções económicas contra 40 pessoas relacionadas com o regime de Nicolás Maduro, entre as quais Aristóbulo Istúriz, a quem acusou de serem “responsáveis na deterioração da democracia na Venezuela”. As medidas, que abrangiam o Presidente da República e conhecidos dirigentes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) e do seu governo, impunham o congelamento de ativos, a proibição aos canadianos no Canadá e no estrangeiro de fazer contratos com os sancionados ou de lhes proporcionar serviços financeiros. Segundo as redes sociais o ministro venezuelano faleceu durante uma intervenção cirúrgica.