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Mar 27, 2021 - 4 minute read

Cerca de 3 mil madeirenses dão sangue ao longo do ano

Com a pandemia, as doações de sangue baixaram – estima-se que tenham sido menos 700 - mas não ao ponto de colocar em risco as reservas que a Madeira tem. A Região, a este nível, garante o presidente da Associação de Dadores de Sangue da Madeira (ADSRAM), está “equilibrada” e, embora tenha havido uma diminuição nas colheitas, tem conseguido manter os níveis de recolha de sangue suficientes para dar resposta às situações que diariamente surgem. Até porque, explicou José Marques, “há sempre um plano B”, ou seja, “pedir aos dadores que já conhecemos para virem doar sangue”.

Além disso, e apesar de a Madeira ser autossuficiente nesta matéria, o responsável, enfermeiro de profissão, alerta que são sempre precisos novos dadores e que não podemos pensar neste momento apenas na pandemia.

“Há muitas outras patologias que não podem ser esquecidas”, sublinha, acrescentando que “nunca há sangue demais” e que “precisamos sempre de dadores”.

Ainda acerca da diminuição de dadores que vem sendo a ser sentida nos serviços do SESARAM, o presidente da ADSRAM revela que esta não começou na pandemia, mas sim antes. Já nos anos a seguir à crise económica (a partir de 2008), refere que já se começou a notar uma certa baixa no número de dadores, muito por conta da emigração.

Mesmo assim, assegura, “a Madeira tem trabalhado para ser autossuficiente” e tem conseguido manter esse objetivo.

Recorde-se que, anualmente, cerca de três mil pessoas se deslocam regularmente ao Serviço de Sangue e Medicina Transfusional para dar sangue. Em 2019, foram contabilizadas à volta de 5.600 doações.

 

Muita “gente nova” a aderir

Se, antigamente, eram as pessoas mais velhas aquelas que mais se ofereciam para dar sangue, nos últimos anos essa tendência tem vindo a ser contrariada.

“Os jovens, especialmente do sexo feminino, têm sido muito solidários”, revela José Marques, adiantando que esta adesão poderá ser reflexo do resultado do trabalho que tem sido desenvolvido junto da comunidade e em especial nas escolas.

Quanto ao género, ainda são os homens aqueles que dão mais sangue. Contudo, se falarmos em novos dadores, as mulheres começam a engrossar a lista.

Atualmente com cerca de 200 sócios, o presidente da ADSRAM avisa que a meta da associação não é só criar um número grande de sócios, mas sim angariar o maior número de dadores.

 

Quem pode ser dador?

Para ser dador de sangue, terá de ter idade compreendida entre os 18 e os 65 anos, ter peso igual ou superior a 50 quilos e ter hábitos de vida saudáveis.

Recorde-se que ser homossexual deixou de ser um impedimento para doar sangue. Segundo a norma da Direção-Geral de Saúde, publicada a 19 de março deste ano, a orientação sexual deixa de ser um critério de exclusão quando se seleciona quem pode ou não ser dador.

Há cerca de um mês, o Ministério da Saúde já tinha anunciado que as regras iam ser alteradas, depois de ter sido criado um grupo de trabalho para rever a norma de 2016 que define os critérios de inclusão e exclusão de dadores de sangue por comportamento sexual.

Dia do Dador de Sangue assinalado

De modo a assinalar o Dia Nacional do Dador de Sangue, o Serviço de Saúde da Região e a Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil vão realizar este sábado, pelas 12h00, na sala de conferências do Hospital Dr. Nélio Mendonça, uma cerimónia para “agradecer publicamente aos dadores da Região a solidariedade e esforço que têm mantido nesta época de pandemia em que, quando convocados, marcaram presença e mantiveram as dádivas no Serviço de Sangue e Medicina Transfusional”.

Devido ao contexto atual, o SESARAM  explica que neste evento só estarão presentes o secretário regional da Saúde e da Proteção Civil, a presidente do Conselho de Administração, o diretor do Serviço, o presidente da Associação de Dadores da RAM e um dos dadores mais recentes.