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Mar 30, 2021 - 2 minute read

Caso EDP: Ivo Rosa revoga caução de um milhão a Mexia e Manso Neto

O juiz de instrução Ivo Rosa revogou a caução de um milhão de euros aplicada ao ex-presidente da EDP António Mexia e a Manso Neto, da EDP Renováveis, no âmbito do processo EDP/CMEC. Fonte da defesa explicou à Lusa que a revogação da caução, medida aplicada pelo juiz de instrução Carlos Alexandre, se deve a uma alteração de circunstâncias, isto é, cessaram todas as outras medidas de coação que a própria caução estava a garantir, entre as quais o abandono por ambos dos cargos de gestão na EDP.

“Deixaram de subsistir os pressupostos de facto e de direito que levaram à aplicação da medida de caução aos arguidos”, argumentou Ivo Rosa.

Há cerca de duas semanas, a medida de coação de suspensão de funções na EDP aplicada a Mexia e Manso Neto tinha caducado por ter sido ultrapassado o prazo máximo de oito meses sem que houvesse acusação.

A partir de agora ambos ficam apenas sujeitos ao Termo de Identidade e Residência (TIR).

O advogado de António Mexia e Manso Neto disse à Lusa “a revogação da caução é a consequência natural da extinção das restantes medidas de coação que a caução se destinava a garantir”, acrescentando Joao Medeiros que a defesa continua “a aguardar a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa sobre as medidas de coação" e que esta “já ultrapassa em muito o prazo legalmente previsto”.

Em janeiro, três das cinco medidas de coação aplicadas a ambos os arguidos – entrega de passaporte, proibição de frequentarem determinados lugares e o impedimento de contactarem com outros arguidos e testemunhas - tinham deixado de ter efeito, dado foi ultrapassado o prazo máximo de oito meses sem acusação deduzida.

No processo EDP/CMEC, o Ministério Público imputa a António Mexia e Manso Neto, em coautoria, quatro crimes de corrupção ativa e um crime de participação económica em negócio.

O caso está relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) no qual Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade.