Na última intervenção da apresentação da ‘Carta do Porto Santo’, Graça Fonseca, ministra da Cultura, enalteceu este “momento histórico” de apresentação deste documento ao qual todas as decisões sobre cultura e educação “terão obrigatoriamente de se referir”. No discurso de encerramento da Conferência do Porto Santo, a ministra de Cultura deixou uma palavra de agradecimento ao Governo Regional da Madeira e ao município do Porto Santo, que acolheram a conferência que ajudou a tornar possível que “quase 14 anos depois do Tratado de Lisboa”, tenhamos “a honra de apresentar um novo documento estruturante da política cultural europeia”, “um mapa orientador de princípios e recomendações” para “aplicar e desenvolver no paradigma cultural no seio da Europa.
Uma carta que “não foi prescrita, mas antes contruída com base em diálogo” com contributos de representantes dos Estados-Membros da UE e de redes e organizações artísticas e culturais não-governamentais europeias, realçou Graça Fonseca.
A ministra referiu que é também uma honra que este processo tenha sido conduzido pelo Plano Nacional das Artes, numa iniciativa pioneira que demonstra a sua amplitude.
Graça Fonseca realçou que, nos seus eixos, o documento deixa pautada a necessidade de envolver a comunidade com todo o seu património, que deve ser considerado a nível “local, regional, nacional e porque não pelo menos europeu.” “A grande arma da democracia é abrir a mesa da discussão sem excluir”, concebendo assim uma sociedade com “cidadãos informados e capacitados”, defendeu.
“A educação cultural é a fábrica da democracia”, que deve continuar a “ser aquele espaço que nos torna pessoas bem enquadradas, que respeitem os outros” sem que nunca se rejeite a diversidade, concluiu.
Graça Fonseca encerrou assim a conferência, que, durante dois dias, contou com intervenções de personalidades como os ensaístas Jacques Rancière e Chantal Mouffe, o investigador Wayne Modest, a curadora Maria Lind, a professora Chantal Mouffe e a artista Tânia Bruguera, assim como do diretor-geral adjunto da UNESCO Ernesto Ottone Ramírez, da diretora Geral de Democracia do Conselho da Europa, Snezana Samardzic-Markovic, da eurodeputada Sabine Verheyen, da Comissão de Cultura e Educação do Parlamento Europeu, e da secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira.