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Mar 29, 2021 - 4 minute read

Calado destaca papel da prevenção nas ribeiras

Vice-presidente considera “fundamental” o investimento nas linhas de água e sublinha que o Executivo tem mais 30 milhões de euros para consolidação de escarpas e muros de suporte de ribeiras. Passada a tempestade, o vice-presidente do Governo Regional e o secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas visitaram ontem algumas das ribeiras que atravessam o Funchal, para aferir o desempenho das intervenções feitas nestas linhas de água.

Aos jornalistas, Pedro Calado considerou que “o comportamento foi positivo” e destacou o investimento feito na segurança das ribeiras e proteção dos caudais.

“São investimentos que nem sempre são muito visíveis, mas que se tornam essenciais quando temos um temporal como este. Só para termos uma noção, choveu esta noite [sábado e madrugada de domingo], no espaço de seis horas, mais 20 litros por metro quadrado do que choveu na altura do 20 de Fevereiro”, disse o vice-presidente. Ainda assim, reforçou, “o comportamento das ribeiras foi muito positivo”, sem “situações críticas que pudessem perigar as populações”.

Pedro Calado destacou também o acompanhamento que foi feito ao longo de todo o dia de sábado, além da madrugada e da manhã de domingo, através do sistema de alerta de aluviões, recentemente montado no LREC, sublinhando o grande investimento do Governo neste capitulo.

Considerando que “é fundamental continuar a fazer este esforço”, Pedro Calado frisou que o Executivo regional tem mais 30 milhões de euros para continuar a fazer a consolidação de escarpas e contenção de muros de suporte de ribeiras ainda neste ano.

Ainda sobre a intempérie, o governante sublinhou as cerca de 28 mil descargas elétricas que aconteceram na Região [ver pág. 3], “sobretudo na zona da Calheta e do Palheiro Ferreiro, que acabaram por danificar muitos equipamentos da Empresa de Eletricidade”. “Por isso, a reposição da energia elétrica foi muito dificultada pelas sobrecargas que se foram originando e pelo continuar das descargas elétricas durante a noite”, disse. “Resolvia-se de uma ponta, mas acabava por haver outra descarga elétrica que piorava a situação.”

Críticas ao trabalho da CMF

 

Questionado acerca do caso do Ribeiro da Nora, na zona baixa de Santa Maria Maior, onde a água provocou algumas inundações, Pedro Calado admitiu tratar-se de uma zona “muito complicada”, onde o ribeiro tem “um caudal muito estreito”, e onde é necessária uma intervenção.

“É mais uma das zonas que tem de ser intervencionada como tantas outras que já foram e que hoje já não apresentam problemas”, disse.

Quanto à Estrada Monumental, o vice-presidente considerou que é preciso “perceber o que contribuiu para que houvesse tanta acumulação”, deixando o reparo: “Sempre que acontece um aviso de mau tempo destes, tem de haver um trabalho de preparação, sobretudo na limpeza de estradas, de sargetas, e de obstáculos que possam contribuir para o afunilamento da água.”

“A Estrada Monumental foi um bom exemplo do que não deveria ter acontecido”, prosseguiu, referindo-se à construção da ciclovia. “Há ali um afunilamento e construção de obstáculos que fazem com que a água fique ali estagnada e acabe por acontecer o que se viu. É preciso ter cada vez mais atenção a estes avisos de mau tempo, trabalhar previamente nessas soluções, e evitar que haja o acumular destas águas, sobretudo em zonas de grande circulação automóvel.”

Governo disponível para ajudar autarquias

 

Pedro Calado salientou que o Executivo tem estado em permanente contacto com as autarquias e vincou que “o Governo Regional nunca virou as costas a qualquer autarquia”.

“Não o faz, nunca fez, e nunca vai fazer. Sempre que é necessária uma intervenção com meios do Governo Regional para complementar as ajudas e os meios físicos que as autarquias têm, nós estamos sempre prontos”, assegurou, acrescentando que “há um contacto privilegiado entre as autarquias e o Governo Regional”.

O vice-presidente lembrou as intempéries que assolaram a Costa Norte em dezembro para dar o exemplo, mencionando ainda situações no Porto da Cruz e na Ribeira Brava, devido ao desabamento de estradas.

“Não nos vamos sobrepor à competência das autarquias, mas podemos fazer um trabalho complementar, não só nas limpezas, como também na salvaguarda das populações, como também a fazer as reparações e as intervenções que forem necessárias”, concluiu.