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Mar 21, 2021 - 3 minute read

Bruno Martins sai no final do mandato

O arquiteto Bruno Martins, atual vereador com o pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal do Funchal, vai voltar para o setor privado no final do mandato. Antes do convite de Paulo Cafôfo para ingressar na equipa do município, Bruno Martins tinha escritório próprio, mas fechou-o para abraçar o projeto autárquico. O vereador garante que sempre disse que só ficaria um mandato e, por isso, agora está “absolutamente decidido” a sair e retomar a sua vida profissional, reabrindo o ‘Atelier Bruno Martins’.A saída “não é contra nada nem ninguém”, sublinha, lembrando que em novembro passado, em entrevista ao JM, já o tinha assumido. “Toda a gente estranha um pouco, mas eu acho que isso é que está certo: as pessoas virem para a política de uma forma desprendida e depois voltarem para a sua profissão”, comenta. Diz sentir “uma enorme honra” por servir a cidade e afiança que o “Departamento do Ordenamento do Território está muitíssimo bem servido de quadros técnicos ao nível das chefias e, na verdade, ao nível de todos os colaboradores”, antes de também agradecer à equipa da vereação. “Estou muito feliz com o trabalho que se fez, mas não quero ser candidato nestas próximas eleições”. “Estou absolutamente decidido”, declara. Durante o seu mandato, o Funchal aprovou o novo PDM e criou um conjunto de instrumentos de gestão do território. Sai com o sentimento de dever cumprido, mas deixa a porta entreaberta para a vida política. “Eu não posso dizer que no futuro não volte a ocupar funções onde tenha de servir o Funchal, a Madeira ou o meu país. Eu acho que estou sempre disponível para ajudar”. A sua saída não foi discutida com o presidente Miguel Silva Gouveia. Na verdade, nem sequer foi falada, mas Bruno Martins não acredita que o presidente esteja surpreendido. “O presidente está ciente e estou certo que encontrará um candidato no urbanismo à altura. Desejo-lhe as melhores felicidades”, afirma. No fim deste ciclo político, escolhe como o mais positivo a possibilidade que o cargo lhe confere de “efetivamente ajudar muitas pessoas”. O que menos gostou foi de conhecer uma “narrativa política que impera sobre o que é necessário fazer”. “Por exemplo, na Assembleia Municipal, muitas vezes achei que as decisões tomadas - democrática e legitimamente, não estou a dizer o contrário – não foram do interesse da cidade. Lembro-me da Polícia Municipal. Não compreendo porque não se vai fazer. Na verdade, toda a gente entende que é necessário, mas não se vai fazer por causa dessa narrativa que tem de alimentar” o interesse de “estratégias político-partidárias, e isso é o pior da política”. Sobre as eleições autárquicas do final do ano, Bruno Martins diz que “ainda é muito cedo para dizer o que vai acontecer”, mas antecipa que a corrida entre Miguel Silva Gouveia e Pedro Calado seja “renhida”. “Tudo indica que qualquer um deles poderá vencer. Penso que o resultado das eleições vai depender dos próximos meses, quer da realidade da Região, quer do Funchal, como das equipas que ambos escolherem”, afirma. “Acho que o engenheiro Miguel Silva Gouveia tem boas possibilidades de vencer, mas acredito que vai ser uma luta renhida”, sentencia.