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Feb 14, 2021 - 2 minute read

Associações pedem pelo menos 2,5% da 'bazuca' para a Cultura

Numa carta aberta dirigida ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao primeiro-ministro, António Costa, e à ministra da Cultura, Graça Fonseca, diversas associações ligadas à organização de espetáculos apelaram a que, pelo menos, 5% dos fundos da ‘bazuca’ europeia de resposta à crise provocada pela pandemia seja investida na Cultura. Entre as associações em questão constam a Associação Espetáculo – Agentes e Produtores Portugueses (AEAPP), a Associação Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE), a Associação Portuguesas de Festivais de Música (APORFEST) e a Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) que consideraram que tal apoio era o “mínimo” que o país pode fazer por este setor.

Mais relembraram as avultadas quebras financeiras que a Cultura sofreu devido à atual situação pandémica, superiores a 80% em 2020, chamando à atenção para a necessidade de incluir este setor entre os beneficiários dos fundos comunitários para a recuperação económica.

“2,5% das verbas da bazuca europeia para a Cultura é o mínimo que uma sociedade civilizada, moderna e democrática pode investir. 2,5% para a Cultura é o mínimo que esperamos de Vossas Excelências”, afirmam os representantes do setor no texto enviado.

Em declarações à Lusa, Luís Pardelha, da direção da APEFE, referiu que o valor de 2,5% está em linha com o que será adstrito pelos fundos de recuperação ao setor da Cultura noutros países, defendendo que quebras de 80% representam “um número avassalador, um verdadeiro terramoto no setor”.

A discussão pública para a distribuição das verbas comunitárias que começa na segunda-feira justifica que a carta tenha sido enviada hoje, um dia antes do arranque dessa discussão, pretendendo ser “um alerta para as autoridades e opinião pública”.

“Não é uma forma de pressão, é uma forma de alerta”, sublinhou Luís Pardelha, que disse que o setor manteve sempre uma “atitude responsável” e de cumprimento das regras e restrições, que quer manter no processo de discussão pública, para o qual as associações pretendem contribuir com propostas concretas, que estão ainda a ser delineadas, pelo que não serão tornadas públicas sem estar devidamente estruturadas.

Em curso estão conversações com o Governo e autoridades de saúde para procurar entendimentos e soluções que permitam retomar alguma atividade, não só ao nível de grandes eventos, como os festivais de verão, mas também de outros de menor dimensão, como eventos municipais, mas que trariam um nível de atividade essencial para a sobrevivência das empresas.