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Mar 4, 2021 - 2 minute read

Associações afirmam que a doença da obesidade é desvalorizada em Portugal

No Dia Mundial da Obesidade, a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) e a Associação de Doentes Obesos e Ex-Obesos de Portugal (ADEXO) sublinham que, em contexto de pandemia, “as consequências da obesidade agravam-se”. Esta quinta-feira, estas associações alertaram para a necessidade de uma resposta mais eficaz à obesidade, que é fator de risco acrescido para infetados com Covid-19. “A doença é considerada um fator de risco para complicações em caso de infeção pelo novo coronavírus”, alertam as associações, justamente no Dia Mundial da Obesidade.

A SPEO mostrou, através da sua plataforma online, uma análise feita a 399 mil doentes, publicada na revista Obesity Reviews.

O estudo concluiu que as “pessoas que vivem com obesidade têm um risco 46% mais elevado de contraírem o vírus SARS-CoV-2”. O mesmo estudo concluiu que “o risco de quem vive com obesidade vir a necessitar de tratamento hospitalar é 113% superior”. Um último dado dá conta que é também “74% mais provável que estas pessoas precisam de tratamento”.

Segundo a SPEO, a obesidade “continua a ser desvalorizada e associada a um conjunto de estigmas e preconceitos que impedem uma abordagem eficaz”. Além disso, “é a segunda principal causa de morte no mundo e o maior desafio global de saúde na área das doenças crónicas”, alerta a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em Portugal, os dados do INE de 2019 mostram “uma evolução preocupante da doença, que atualmente atinge 1,5 milhões de pessoas”.

Sem um tratamento adequado a esta doença, a obesidade vai gradualmente danificando o funcionamento do organismo. “O seu impacto vai além da esfera individual, ao afetar famílias, sistemas de saúde, economias e o progresso social, comprometendo a saúde das próximas gerações”, avança a SPEO.

A Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade e a Associação de Doentes Obesos e Ex-Obesos de Portugal sublinham que “é tempo de recalibrar a balança na luta contra a obesidade” no país e elegem cinco prioridades na luta contra a obesidade: recalibrar a abordagem; recalibrar a formação médica; recalibrar o papel dos cuidados de saúde primários; recalibrar o tratamento da obesidade e recalibrar a perceção pública.

Como o JM publicou na edição da passada segunda-feira, em 2019, 55% da população madeirense tinha excesso de peso, segundo os dados de um inquérito Nacional de Saúde (INS), da responsabilidade da Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM).