madeira news

Mar 22, 2021 - 2 minute read

‘Arte do azulejo’ e a beleza de um trabalho às cegas

Uma espécie de “alquimia que nos permite viajar ao romantismo estético e ao inesperado técnico”. A azulejaria, como a define o professor David Monteiro, que tem a partir deste domingo patente no Parque Temático da Madeira a exposição ‘A arte do azulejo’. David Monteiro esteve encarregue da execução da totalidade da exposição que pode ser vista no espaço de Atelier do Parque Temático, situado em Santana.

O pintor, que se debruçou sobre a arte da azulejaria para este trabalho, explica que a técnica exigente para a concretização destas obras de beleza de singular afasta, por vezes, a curiosidade em explorá-la. Isto porque a mesma “implica uma grande despesa nos suportes e matéria prima”, assim como a existência de “uma mufla capaz de elevar as temperaturas aos patamares de viragem próximos dos 1000°C”, sendo estes instrumentos “equipamentos de grande porte, grande consumo de energia e de custo elevado.”

Contudo, e “apesar de tanta dificuldade, o efeito surpresa resultante no trabalho final compensa todos os sacrifícios”, acredita o autor das peças expostas em Santana.

Por ser “extremamente difícil controlar com exatidão o resultado final”, uma vez que as cores finais só surgem depois da cozedura ou viragem, “durante o processo de criação, o artista trabalha quase às cegas porque não existem tintas, mas sim óxidos e outros componentes químicos que reagem ao calor” explica David Monteiro, na informação divulgada pelo Parque Temático da Madeira.