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Mar 19, 2021 - 3 minute read

ARDITI soma lucro com apoios mas rejeita sobrefinanciamento

A agência gerou nos últimos quatro anos um lucro na ordem dos 434 mil euros e beneficia anualmente de uma transferência de 500 mil euros. O presidente da estrutura argumenta que sem tesouraria não se executam projetos. Com uma nova liderança desde o passado dia 26 de fevereiro, a Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação (ARDITI) tem entre mãos, este ano, 54 projetos.

A agência gerou nos últimos quatro anos um lucro na ordem dos 434 mil euros e  beneficia anualmente de uma transferência de 500 mil euros ( 2 milhões nos últimos quatro anos) ao abrigo de um contrato-programa com o Governo Regional, mas apesar de combinar resultados líquidos positivos com o apoio do Orçamento da Madeira,  Rui Caldeira, recém-empossado presidente desta estrutura, garante que não há sobrefinanciamento.

“Havendo diversificação de fontes de financiamento e um grande número de projetos em curso, é possível obter resultados positivos através da otimização dos recursos. Não há sobrefinanciamento da estrutura de funcionamento”, diz Rui Caldeira, acrescentando que os projetos de investigação não têm financiamento adiantado, pelo que “se não há tesouraria, não se consegue executar”.

O líder da ARDITI acrescenta ainda que o contrato-programa se destina a financiar o funcionamento da ARDITI de forma a fomentar o crescimento das atividades. “Esse objetivo é cumprido quando permite que a ARDITI tenha em curso uma carteira diversificada de projetos de investigação que envolvem investigadores de diversas áreas com diferentes competências e que se dedicam às atividades de investigação nas unidades de investigação integradas na agência”, conclui.

Segundo anunciou Rui Caldeira recentemente ao JM, a agência regional gerou uma atividade superior a 20 milhões de euros em quatro anos, numa média de cinco milhões por ano. Contudo, a soma dos rendimentos registados nos relatórios de gestão aponta para uma média anual abaixo dos 3 milhões de euros. O presidente da ARDITI explica o diferencial com a atividade da M-ITI associação, englobado na análise referida por forma a traduzir a atividade de ambas as associações que se encontram em processo de fusão.

A  ARDITI conta pelo menos com 18 colaboradores especializados, cujo encargo anual atinge os  688 mil euros, mas recorre também a serviços de consultadoria externa. Rui Caldeira esclarece que “não podem ser os investigadores que fazem a execução do projeto a ter tempo ou qualificação para fazer a gestão dos mesmos”.

“Não existem serviços de consultoria externa para a execução dos projetos em curso na ARDITI. As candidaturas são preparadas pelos Investigadores responsáveis e respetiva equipa de trabalho que as executam com o apoio dos gestores de projeto e restantes colaboradores das diferentes áreas da ARDITI”, observa.

De acordo com Rui Caldeira, os 688.252,96 euros incluem os colaboradores do quadro e também os contratos de trabalho a termo incerto no âmbito dos projetos em curso cuja remuneração é financiada pelos respetivos projetos e estão afetos a trabalhos específicos.

“Como qualquer organização, a ARDITI precisa de funcionários nas áreas administrativa, financeira, jurídica e informática, para fazer funcionar a atividade. Estes colaboradores não podem prestar os serviços como deslocações e estadas, publicidade, entre outros”, refere o líder da ARDITI.