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May 1, 2021 - 3 minute read

Apenas 75% da população ativa tem trabalho

Volvidos 131 longos anos desde que a data ‘chegou’, Portugal assinala hoje mais um Dia do Trabalhador, sob um mundo de incertezas derivadas da pandemia, que veio expor, ainda mais, as vulnerabilidades do setor laboral, com excessiva dependência de fatores externos e pouco consistente na sua ‘autonomia’. A data inicial remonta a 1886 nos Estados Unidos, com uma greve geral que teve expoente máximo em Chicago, onde cerca de 500 mil pessoas participaram numa manifestação em prol dos trabalhadores.

O contágio em Portugal deu-se em 1890, quando o 1.º de Maio foi comemorado pela primeira vez, confinado a piqueniques, romagens a cemitérios para homenagear ativistas falecidos em lutas (já) pelos direitos laborais, sendo ensaiados, de forma tímida, os primeiros discursos reivindicadores.

O fenómeno cresceu e ‘explodiu’ depois do 25 de Abril de 1974, com a concentração oito dias depois a entrar diretamente para a história.

Hoje, conforme os mais recentes dados da Prodata, em Portugal um em cada 10 trabalhadores é a tempo parcial, quase metade da média entre os 27 Estados Membros da União Europeia [UE27], com um em cada cinco trabalhadores a ganhar apenas salário mínimo, 635 euros no Continente, 682 euros na Madeira e 696 euros nos Açores.

Os dados dão conta de duas outras realidades paralelas: só três em cada 10 trabalhadores têm formação superior; só seis em cada 10 desempregados inscritos nos centros de emprego auferem subsídio Portugal é o 4.º país europeu com mais contratos a prazo, a seguir à Espanha, à Polónia e aos Países Baixos.

Cerca de 1 em cada 5 trabalhadores tem um contrato a prazo, mais 4%. que a UE27 (14%).

E é o terceiro com a taxa de atividade mais elevada na faixa etária com 65 ou mais anos (após Estónia e Irlanda), reflexo de uma reforma cada vez mais distante, fechando 2020 com uma taxa de emprego de apenas 74,7% e, dentro desta, há cerca de cerca de 752 mil pessoas consideradas ‘subutilizadas.

A UE27 tem mais de 212 milhões de pessoas, com mais de 15 anos, consideradas ativas, cinco milhões dos quais em Portugal.

Atendendo ao total da população empregada, Portugal é 9.º país com maior peso relativo de trabalhadores por conta própria (TCP) empregadores (4,6%) e o 8.º com mais TCP não empregadores (11,8%). Na Grécia, Roménia e Itália, mais de 15% da população empregada são TCP não empregadores. Em países como Alemanha, Dinamarca e Luxemburgo esta situação não ultrapassa os 5%.

E o impacto da pandemia é brutal: Em 2020 estavam inscritas 385 mil pessoas como desempregadas. Face a 2019, este número representa um aumento de mais 71 mil pessoas (+22%).