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Mar 29, 2021 - 3 minute read

Apagões danificaram muitos equipamentos

José Cotrim, da EEM, explicou que duas descargas elétricas provocaram os apagões da noite 
de sábado e manhã de domingo. E reconhece que houve prejuízos vários para os consumidores: “De certeza absoluta que haverá muitos equipamentos danificados”. José Cotrim, diretor dos serviços de transporte e energia da Empresa de Eletricidade da Madeira, revelou que as descargas elétricas que se verificaram ao longo do dia de sábado e da madrugada de domingo na Região poderão ter danificado muitos equipamentos. “De certeza absoluta que haverá muito equipamentos danificados, indiretamente, não pela nossa responsabilidade, mas pelas descargas que caíram. Há operadores de telecomunicações que têm danos nas suas redes”, disse o responsável em declarações aos jornalistas. Já relativamente aos apagões que deixou a ilha às escuras, José Cotrim explicou estes foram provocados pela forte intensidade das descargas elétricas que atingiram o arquipélago. “Tivemos uma incidência de cargas atmosférica na ilha bastante invulgar. Nas últimas 24 horas, tivermos cerca de 28 mil descargas na área da ilha da Madeira, um pouco a sul e a norte. Muitas delas atingiram o território da ilha”, começou por dizer. “Tivemos duas incidências muito importantes, uma, ontem, ao princípio da noite, e outra hoje, às 6h42. Houve descarga de grande potência que caiu entre a Vitória e a Calheta. Essa descarga teve uma intensidade tão grande que os nossos sistemas de proteção fazem com que as máquinas se desliguem para evitarem mais danos. Se não se desligassem, o que iria acontecer é que ia haver máquinas desligadas e seria um problema enorme para repor a energia”, acrescentou, sublinhando que a recuperação do sistema não é imediata. “Leva uma certa sequência. É preciso verificar todos os eventos e verificar o que se passou exatamente, daí a demora na reposição”, disse. No entanto, segundo esclareceu o responsável, a mesma situação voltou a repetir-se esta manhã, provocando o segundo apagão. “Desta vez, a descarga foi na zona entre a Vitória e o Palheiro Ferreiro. Exatamente nas mesmas condições, com uma potência muito parecida com a da outra descarga”, frisou. José Cotrim, acrescentando depois que se verificaram igualmente mais efeitos colaterais que acabaram por afetar outros equipamentos espalhados pela ilha, mas garante que “esses danos foram sendo reparados” e que todas as situações ficarão resolvidas dentro de pouco tempo. Não há soluções miraculosas As quebras gerais de energia poderiam ser evitadas? José Cotrim considera que não e dá o exemplo do que acontece em todo o mundo, em que as falhas são constantes quando os equipamentos são confrontados com alterações climatéricas extremas como aconteceu na Madeira. “Estamos a falar de potências enormes e fenómenos atmosféricos gravíssimos que acontecem em todo o mundo. São situações muito difíceis de ultrapassar e, portanto, em condições adversas como nós tivemos, em que se juntam diversos fatores, dizer que vamos arranjar uma solução miraculosa é faltar à verdade. Claro que temos sempre oportunidade de procurar melhorias, somos uma empresa dinâmica e estamos sempre atentos para ver o que podemos melhorar na nossa resposta”, sublinhou. A concluir, agradeceu em nome da EEM “aos clientes, que tiveram paciência e que foram prejudicados neste processo”.