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May 1, 2021 - 4 minute read

Agentes de viagens esperam recorde de turistas na Madeira

Na sua primeira deslocação oficial após a pandemia, a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo escolheu, ontem, regressar à Madeira, o último destino a receber o congresso da APAVT, em 2019. Consigo, trouxe uma comitiva de oito operadores turísticos, jornalistas, muitos elogios e um objetivo: bater recorde no número de turistas de nacionais que vão visitar o arquipélago este verão.

“A nossa ambição é crescer no número de turistas. Tencionamos conseguir um novo recorde”, vincou o líder da APAVT, Pedro Costa Ferreira, lembrando que, não obstante as quebras causadas pela pandemia, agosto do ano passado foi o melhor de sempre para a Madeira e para o Porto Santo no que se refere ao mercado nacional.

A Região é pelo segundo ano consecutivo o destino preferido da mais antiga e representativa associação do Turismo nacional, uma parceria estabelecida com a Associação de Promoção da Madeira (APM) que tem surtido efeitos no mercado nacional e que motivou esta deslocação à Região.

Para assinalar o momento, a APAVT e a Associação de Promoção da Madeira promoveram, ontem, no Savoy Palace, uma conferência de balanço à operação turística na Madeira e de análise à programação para a Região este verão, revelando-se ambas as entidades muito otimistas quanto ao aumento da procura turística nos próximos meses.

Para Pedro Costa Ferreira, a gestão que o destino tem feito da pandemia, a antecipação e clarificação das regras de viagem, “traz muita segurança ao consumidor" e pode ser um argumento para escolha do destino que constitui, sublinhou, um exemplo ao nível nacional, mesmo na relação “de boas práticas” que mantém com os operadores turísticos.

Também o líder da APM e secretário regional de Turismo perspetiva “um bom verão, dadas as circunstâncias, a partir do mercado nacional”.

Eduardo Jesus enumerou as várias medidas do Governo Regional de contenção da pandemia, desde a vacinação, ao corredor verde nos aeroportos e portos, declarando-se otimista quanto à oferta das companhias aéreas e dando como exemplo o caso da Jet 2 que anunciou mais uma nova operação.

“Vamos contar com operações de nove bases de todo o território. Antes, tínhamos oito”, observou o presidente da Associação de Promoção da Madeira, adiantando que a companhia aérea está só à espera que o Reino Unido levante as restrições nas viagens para avançar com a programação.

APAVT ‘arrasa’ TAP e desafia operadores a lançar operação charter para a Região

O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) elegeu, ontem, no Funchal, a TAP como  um “elefante na sala” e o maior dos problemas da atividade do setor turístico.

De acordo com Pedro Costa Ferreira, a opinião é unânime entre os oito operadores (Solférias, Soltrópico, Nortravel, Sonhando, Exótico, Abreu, Clube Viajar e Lusanova) com quem a associação se reuniu, durante a manhã, para fazer o balanço da programação para a Madeira.

“A TAP tem mantido a inconsistência da operação. Ao contrário da concorrência, os cancelamentos têm gerado mais problemas nos reembolsos. A política da TAP tem-se mantido numa inflexibilidade tarifária brutal que provoca o afastamento dos grupos, do corporate e dos charters”, afirmou o porta-voz da APAVT.

Pedro Costa Ferreira apontou a falta de diálogo como “um erro crasso da parte da política comercial” da companhia de bandeira portuguesa.” A estrutura de vendas foi esvaziada. Não há uma estrutura comercial que dialogue com o trade”, sublinhou.

Para o líder da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, os seis voos charter para o Porto Santo, este verão, são o melhor indicador desta falta de diálogo.

“É extraordinário que, em cima de seis charters que fomos obrigados a colocar no mercado sem ser com a TAP, a companhia tenha anunciado mais seis voos regulares, que depois passaram a três. Como somos profissionais, sabemos que os turistas têm de dormir em hotéis e os seis voos por semana praticamente lotam a capacidade hoteleira do Porto Santo”, criticou.

Em jeito de ironia, Pedro Costa Ferreira questionou mesmo se a operadora “vai promover raves na praia do Porto Santo, incluindo dormidas, ou se vai cancelar mais algum voo”.

Perante este cenário, a APAVT desafia os operadores nacionais a criarem uma operação charter para a Madeira, garantindo a vinda de turistas nacionais a tarifas mais baixas e criando assim um acesso alternativo ao destino.

Também o secretário regional do Turismo e presidente da Associação de Promoção lamentou que a TAP não esteja associada à operação turística nacional e que as tarifas praticadas pela companhia fomentem a falta de competitividade do destino.

“Isso é uma tecla que vamos continuar a bater. Tanto mais que a linha da Madeira é a mais rentável da TAP, depois das ligações internacionais à América latina. Ora, a Madeira não pode ser o mealheiro de uma companhia que precisa dos contribuintes nacionais para se manter viva, se este tarifário se mantiver”, concluiu o líder da APM.