Faz, amanhã, onze anos. Mas parece que foi ontem. As primeiras imagens que nos entraram pela casa, através de fotos colocadas no Facebook, guardámo-las na memória até ao fim das nossas vidas. Um bombeiro carregava, nos braços, já morta, uma criança que viajava numa viatura que subia a zona da Lusobrasileira. Ainda sentimos o cheiro da terra, da morte, da dor, quando, horas depois, saímos para o terreno. São momentos que nos marcam e que nunca vamos esquecer. Ano após ano. E se sentimos isto quando fomos meros espectadores, imaginamos a dor daqueles que viveram na pele o drama da aluvião de 20 de fevereiro de 2010. Foi uma noite chuvosa. Aliás, já chovia desde outubro ou princípios de novembro. Mas aquela noite foi particularmente agreste. O Funchal, sobretudo o Funchal, acordou transfigurado. Com pedras, rios de lama e entulhos. E se fossem só os estragos materiais, seria muito bom. Acontece que houve mortos (47), desaparecidos (4), desalojados (600) e feridos (250). Além disso, mais tarde, viemos a saber que tinha mil milhões de estragos.
Ao JM, o secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas afirma que todas as ‘cicatrizes’ das ‘feridas’ feitas no Funchal estão saradas no que à recuperação diz respeito. Admite que poderá haver a necessidade de uma ou de outra obra nas zonas altas, mas realça que, agora, o que está a ser feito é um trabalho de prevenção e de mitigação dos riscos. Trabalho esse que é contínuo e que não pode ser apenas da responsabilidade do Governo Regional. Sem apontar o dedo a qualquer autarquia, o governante destaca que as Câmaras e os privados também têm de se envolver nestes trabalhos de mitigação. Recorda, a talho de foice, que há muitos terrenos de privados dentro de ribeiras.
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