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Feb 20, 2021 - 3 minute read

20 de fevereiro: CDU denuncia inércia das entidades para a resolução dos problemas das populações

A CDU realizou hoje uma conferência de imprensa, onde denunciou a “inércia” do Governo Regional e da Câmara Municipal do Funchal, na resolução dos problemas que ainda hoje afetam as populações de várias localidades, passados 11 anos da aluvião de 20 de Fevereiro de 2010. A deputada municipal Herlanda Amado, afirmou nesta iniciativa que, “11 anos depois da catástrofe que assolou a Madeira a 20 de Fevereiro de 2010, incompreensivelmente muito ainda está por fazer. Apesar das muitas promessas que vêm sendo prolongadas no tempo, a verdade é que ainda existem localidades que até hoje não foram alvo de qualquer intervenção, de forma a garantir a segurança de pessoas, bens e infra-estruturas”.

A comunista referiu que “esta catástrofe deixou marcas profundas na vida das populações de muitas localidades, marcas que se prolongam no tempo e que ainda hoje permanecem na memória individual e coletiva”.

No Funchal, prosseguiu, “ainda permanecem exemplos de intervenções prioritárias que tardam em ser concretizadas, sendo disso exemplo localidades como o Poço do Morgado, o Curral Velho, o Caminho do Moinho, os Três Paus, na freguesia de Santo António, que continuam a necessitar de intervenções de fundo urgentes para garantir a segurança de pessoas e bens”.

A canalização da Ribeira de João Gomes, canalização do Ribeiro do Trapiche, em Santo António, na extensão compreendida entre o Caminho do Laranjal até à estrada Comandante Camacho de Freitas, a consolidação da escarpa no Poço Morgado, ou ainda a canalização do Ribeiro Chega na freguesia do Imaculado Coração de Maria, “fazem parte de uma lista de localidades e sítios que vivem em constante sobressalto, quando a chuva aumenta de intensidade, porque sabem que o perigo continua à espreita, 11 anos depois da catástrofe que nos atingiu a todos”, referiu Herlanda Amado.

A deputada da CDU sublinha que existem cidadãos que vivem em habitações que estão situadas em zonas de risco, e esperam e desesperam para que sejam feitas obras que garantam a sua segurança; “sempre que chove com mais intensidade, ficam na angústia e na incerteza do que pode vir a acontecer, traumatizados pelos trágicos acontecimentos vividos há 11 anos”, lamenta.

“Grande parte do que falta fazer em relação aos danos do referido temporal é, em primeiro lugar, da responsabilidade do Governo Regional e que, em nosso entender, inverteu as prioridades, pois preferiu, em algumas situações, construir ou reconstruir o acessório em vez de se focar no fundamental. Desde o primeiro momento que temos exigido que as verbas da Lei de Meios fossem utilizadas no sentido de ser salvaguardada a segurança das populações afectadas pela catástrofe que se abateu sobre a Madeira, o que em nosso entender não aconteceu. A Lei de Meios, que contemplava milhões de euros para a recuperação e reconstrução das áreas afectadas, era para ser executada em quatro anos, já se passaram 11 anos e muito ainda está por fazer”, denuncia.

Para a CDU, “é importante e urgente que se concretize o esforço de reconstrução nas localidades verdadeiramente atingidas, e nos vários órgãos onde temos eleitos, seja no parlamento regional ou na assembleia municipal, continuaremos a envidar todos os esforços para que todas as localidades afectadas, não sejam esquecidas, exigindo da parte das entidades competentes a sua urgente resolução”.

“Enquanto existirem casos por resolver, podem contar com a nossa denuncia e intervenção, para a sua resolução”, concluiu.