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Mar 6, 2021 - 5 minute read

100 anos de PCP celebrado na Madeira (com fotos)

No âmbito dos 100 anos da sua fundação em Portugal, o PCP organizou na tarde deste sábado uma iniciativa denominada ‘100 anos, 100 bandeiras’, no culminar de uma série de outras iniciativas alusivas à data. Na Praça do Povo, no Funchal, Edgar Silva, o coordenador regional do PCP, relevou que “comemoramos com imensa alegria e orgulho, neste dia 6 de março, 100 anos de luta do Partido Comunista Português com a mesma determinação de sempre, pronto para travar os combates do presente e do futuro e responder às exigências que a vida lhe coloca para continuar a servir os trabalhadores, o povo e o País”.

Na intervenção efetuada, Edgar Silva evocou que “este é o Partido que fez frente à ditadura fascista – o único que não capitulou, não cedeu, nem renunciou à luta. Que esteve na primeira linha de combate na implantação da democracia em Portugal, dando um contributo decisivo e inigualável para o grande movimento revolucionário que confluiu no 25 de Abril e no desenvolvimento da poderosa intervenção da classe operária e das massas populares, transformando a ação militar em Revolução e na concretização das suas extraordinárias conquistas”.

“Este é o partido que esteve na frente da luta, como nenhum outro contra a política de direita e contra o poder reconstituído dos monopólios e organizou a defesa contra a ofensiva de destruição do conjunto das conquistas conduzida pelo PS, PSD e CDS ao serviço do grande capital”, acentuou.

“Ao comemorar 100 anos muitos se interrogarão: quais as razões desta vitalidade e longevidade, atravessando e enfrentando grandes viragens e tempestades na situação nacional e internacional e uma feroz ditadura fascista de quase cinco décadas, quando outros ficaram pelo caminho?”, questionou aos militantes presentes no recinto

Na própria resposta, Edgar Silva enumerou essas mesmas razões:

  • “Foi assim pela sua natureza de classe e características deste Partido, que se organizou e desenvolveu como um verdadeiro partido da classe operária e de todos os trabalhadores, e que agiu quotidianamente contra a exploração, as injustiças e as desigualdades”.

  • “Foi assim por ter contado entre os seus militantes madeirenses com a fibra e a coragem de Agostinho da Silva Fineza, preso político abatido a tiro pela PIDE; Antenor Cruz, preso e assassinado pela polícia política; João Ivo Ferreira, juntamente com outros dirigentes, preso e enviado depois para degredo; Inês Afonseca, persistente lutadora em defesa dos caseiros e da luta contra a colónia. E, como estes, contou com tantos outros, homens e mulheres, que nunca se vergaram aos senhorios desta terra”.

  • “Foi assim por ter contado no seu seio, com a dedicação e o trabalho de gerações de combatentes, mulheres, homens e jovens de grande coragem e dedicação à causa da emancipação dos trabalhadores e do povo, de onde sobressai essa figura ímpar, o camarada Álvaro Cunhal”.

“Comemoramos 100 anos de luta, e aqui estamos, e aqui continuamos, projetando a nossa ação para o futuro, prontos e determinados a continuar a luta ao serviço do povo e do País”, acentuou.

Prosseguindo o seu discurso, Edgar Silva relevou que “somos a força da alternativa patriótica e de esquerda e que está na luta pela sua concretização. Alternativa cuja concretização é a questão central – a grande batalha - do tempo presente. Somos a força que sabe que a solução dos problemas da Região e do País não surgirá do exterior, nem oferecida e conduzida por terceiros, acenando com a cenoura dos milhões, e não virá de uma União Europeia neoliberal, militarista e federalista ao serviço dos interesses monopolistas e transnacionais”.

“Não virá, com os proclamados Planos de Recuperação e Resiliência de hoje, em grande medida ditados e formatados por objetivos impostos a partir do exterior, secundarizando a solução dos verdadeiros problemas regionais e nacionais”, assegurou

“Estamos aqui e em todo o País neste dia de particular significado a reafirmar que o PCP tem respostas e soluções para dar resposta plena aos direitos e aspirações dos trabalhadores e do povo, afirmando a imperativa necessidade da concretização de uma política patriótica e de esquerda, o que exige um governo capaz de a concretizar. Uma alternativa que reclama na sua concretização uma ampla frente social e de massas convicta de que é possível derrotar a política de direita., que reclama a convergência dos democratas e patriotas, de todos os que não se conformam com um País reduzido a uma simples região da União Europeia, cada vez mais dependente, e periférico e que reclama a intensificação e alargamento da luta, de todas as lutas, pequenas e grandes, da classe operária, dos trabalhadores, o reforço das suas organizações e unidade”, disse.

“Um século depois da sua fundação, aqui estamos. Somos o Partido Comunista Português. Um Partido Comunista digno desse nome. Um Partido que queremos e precisamos seja mais forte, com a participação de mais membros do partido no trabalho regular, com mais recrutamentos, com mais e melhor organização e intervenção junto da classe operária e dos trabalhadores e das outras camadas da população”, acrescentou.

Na sua oratória, Edgar Silva destacou também que “Valeu e vale a pena olhar para o futuro com confiança, determinação e esperança, porque perseguimos o ideal mais nobre da emancipação e libertação da exploração do homem pelo homem, porque queremos uma vida melhor para quem trabalha, porque queremos um Portugal desenvolvido, de progresso, independente, onde seja o povo a decidir”.

Na definição do PCP, registou que “partido que é o partido da juventude, porque desde sempre teve uma profunda identificação com os sonhos e aspirações juvenis, inseparáveis do seu ideal de liberdade, justiça, paz, solidariedade e fraternidade. Partido da juventude porque contou sempre com o valoroso trabalho das Organizações dos jovens comunistas, cuja legítima herdeira é a Juventude Comunista Portuguesa que daqui saudamos”.

“Como saudamos as mulheres portuguesas, lembrando o Dia Internacional da Mulher, que agora se comemora, declarando o nosso apoio às suas iniciativas, ação e luta de combate às desigualdades, à defesa da sua dignidade e das suas causas civilizacionais.  A vida nestes 100 anos prova que o PCP é necessário indispensável e insubstituível aos trabalhadores, ao povo e ao País. Com a experiência e o valor do seu passado e da sua vigorosa ação presente, o PCP é também o grande partido do futuro”, disse ainda, antes de terminar com a mensagem de que a “luta continua e continuará, certos que o futuro tem partido”.