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Mar 9, 2021 - 3 minute read

Índice de transmissibilidade mais baixo da Europa

Portugal desceu a pique no último mês nas listas dos países com mais novos casos de infeção pelo novo coronavírus e novas mortes, mas mantém-se entre os dez com mais casos e mortes totais por milhão de habitantes. O País apresenta atualmente o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 “mais baixo da Europa”, com um valor estimado para os últimos cinco dias de 0,74 para o território nacional, revelou ontem o investigador Baltazar Nunes. No entanto, o índice de transmissibilidade está “abaixo de 1 em todo o continente, mas superior a 1 nas regiões autónomas” da Madeira e dos Açores.

“Continuamos a apresentar o Rt mais baixo da Europa e com uma incidência já perto dos 120 [novos casos] por 100 mil habitantes”, afirmou o epidemiologista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) na reunião realizada no Infarmed.

Atenção redobrada

O investigador João Paulo Gomes apelou para uma “atenção redobrada” durante o processo desconfinamento no controlo dos aeroportos e fronteiras terrestres para evitar a introdução de novas variantes do SARS-CoV-2 no País.

“Estamos todos a desconfinar, todos os países estão a fazer o mesmo, estas variantes continuam a circular e novas variantes surgirão, potencialmente tão ou mais gravosas do que aquelas com as quais nós nos estamos a deparar, porque a população em todo o mundo vai ganhando imunidade”, afirmou o cientista do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), na reunião no Infarmed.

Segundo João Paulo Gomes, “é normal” os vírus continuarem a adaptar-se e que as mutações que surjam sejam “melhor adaptadas” para lidar com o sistema imunitário das pessoas.

 

“Três ameaças” da pandemia

A pandemia de covid-19 em Portugal continua a apresentar “três ameaças” apesar das medidas de restrição em vigor, adiantou ontem a ministra da Saúde, reservando o anúncio de eventuais medidas de desconfinamento para quinta-feira.

Marta Temido destacou que o risco de transmissão “está novamente a subir”, e alertou para a prevalência atual superior a 60% da variante do novo coronavírus identificada no Reino Unido e o decréscimo da adesão da população portuguesa às medidas de confinamento.

Sem deixar de reconhecer que se mantém “a tendência decrescente da pandemia”, com a queda dos números de casos, internamentos e óbitos, a governante vincou que o índice de risco de transmissibilidade, conhecido como Rt, “atingiu o valor mínimo de 0,61 em 10 de fevereiro” e entrou numa trajetória de aumento: “É um sinal ao qual temos de estar atentos”.

Questionada sobre o desconfinamento num futuro próximo, Marta Temido apontou para um planeamento assente no reforço da realização de testes e do processo de vacinação e vincou que “nenhuma das apresentações apresentou datas precisas”, mas sim “níveis específicos de atuação face à situação do contexto” nacional.