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Mar 6, 2021 - 3 minute read

É urgente a dissolução das Sociedades de Desenvolvimento da Madeira, afirma Miguel Iglésias

O líder parlamentar do PS Madeira, Miguel Iglésias considera que a dissolução das Sociedades de Desenvolvimento da Madeira (SDM) é “urgente”, face aos “avultados prejuízos que apresentaram para o erário público, ao longo dos últimos anos”. Lembra ainda que as recentes notícias vieram dar razão ao PS que, em junho do ano passado, apresentou esta solução, tendo sido refutada pelo PSD e pelo próprio Governo Regional.

Miguel Iglésias sublinha que “é urgente a dissolução das Sociedades de Desenvolvimento da Madeira”, justificando que “este modelo criado é insustentável, claramente foi um falhanço coletivo ao longo destes anos, dado os avultados prejuízos, com os investimentos danosos que teve para o Orçamento Regional e, portanto, está na hora de haver coragem de tomar as decisões corretas”.

“A única forma de resolver esse problema, passa por absorver esse passivo de vez e fechar essas empresas que todos os anos geram avultados prejuízos”, aponta, lembrado que o PS Madeira, no anterior ano legislativo, apresentou uma proposta nesse sentido, tendo a mesma sido chumbada pela maioria parlamentar PSD/CDS.

O líder parlamentar do PS diz mesmo que “é preciso que as pessoas percebam que as sociedades de desenvolvimento continuam a ser um enorme sorvedouro de dinheiro público”, lembrando que, no ano passado, foi feito uma cobertura de prejuízos das SDM, num valor aproximado de 29 milhões de euros, o que corresponde a uma injeção de 150 milhões de euros nas SDM, nos últimos quatro anos, por parte do Executivo Regional.

Miguel Iglésias não tem dúvidas que “certamente, este mês, iremos ver notícias de uma nova cobertura muito avultada de prejuízos destas sociedades por parte do Governo Regional”, considerando assim que a proposta apresentado pelo Executivo, de fundir as sociedades numa só, não é a solução mais indicada, pois os problemas estruturais irão se manter.

“A notícia ontem aponta para um cenário de fusão, o que não faz sentido nenhum. Basicamente vai-se retirar as dívidas atuais destas empresas, mas não se vai mudar nada de estrutural na sua atividade”, disse.

O líder parlamentar do PS Madeira diz ainda que “não conseguimos perceber a lógica de manter estas empresas que historicamente todos os madeirenses e porto-santenses conseguem associar a equipamentos que foram efetivamente um enorme gasto do dinheiro público e com enormes derrapagens para o erário público” e que “só servem basicamente para pagar dívida e pagar os ordenados dos seus administradores, o que representa, neste caso, um terço desses custos”.

Miguel Iglésias sublinha que o momento em que vivemos deve pautar as escolhas do Executivo madeirense, naquelas serão as suas prioridades, face às dificuldades económicas e sociais provocadas pela crise sanitária.

“O Grupo Parlamentar do PS Madeira teve a iniciativa de propor, além de pacotes de ajuda económico e de apoios às famílias, medidas que levassem ao corte de diversas despesas que para nós eram manifestamente supérfluas, como é a questão das Sociedades de Desenvolvimento, a questão das parcerias públicas rodoviárias e a questão também dos lugares de assessoria do Governo Regional, que aliás continuam a engordar como comprova o JORAM, o que para nós, na altura em que vivemos, é simplesmente inadmissível”, concluiu.